Hola, ¿como estás?
Uma mensagem numa garrafa só para vocês não acharem que eu decidi mudar para a Argentina em definitivo e largar essa newsletter à sua própria sorte
Olá, olá, olá!
Ou melhor: hola, ¿como estás? Escrevo diretamente de Buenos Aires, nos meus últimos dias de viagem por aqui – e com ela, o fim das férias da Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais. Resolvi escrever essa cartinha hoje para não aparecer de supetão na caixa de entrada de vocês com um texto sem maiores explicações, então é isso que tem pra hoje.
Para quem chegou por aqui nos últimos dias (e foi bastante gente!), sejam muito bem-vindos ao balcão. Vai ser um prazer tomar umas com vocês a partir daqui. Para quem já é velho de guerra, espero que as próximas colunas cheguem ao email de vocês como quem vai frequentar um velho conhecido bar – na minha cabeça, esse lugar imaginário agora tem as cores do Varela Varelita, um dos meus botecos favoritos de Buenos Aires no momento.
Por falar em botecos favoritos, já deixo aqui um spoiler: nas próximas semanas, prometo trazer aqui dicas de lugares legais pra beber tanto aqui na capital argentina quanto em Montevidéu. Se der tempo (e vocês gostarem, claro), também vou jogar por aí umas dicas de lojas de disco, restaurantes e rolês que eu curti fazer por aqui.
Faz tanto tempo que eu saí do Brasil que tô até estranhando a ideia de voltar para casa. Mas foi uma viagem necessária: mais do que comer empanadas, tomar vermute e ver uns museus doidos, foi uma jornada para reconfigurar a cabeça e o coração, processar perdas e ganhos do último ano – também conhecido como “a temporada que decidi viver de freelancer” – e curtir de pertinho uns dias gostosos com a namorada falando em espanhol.
Volto pro Brasil amanhã, mas não vou parar em casa: semana que vem já embarco pra Porto Velho para cobrir o Festival Casarão pelo Scream & Yell pelo segundo ano consecutivo, e depois pouso no Rio de Janeiro para moderar um painel no Web Summit Rio. Chique, né? Espero que eu consiga lavar minhas roupas para isso tudo – e produzir alguns textos legais para cá enquanto tento colocar a rotina de volta ao normal.
Se para você essa cartinha tá parecendo uma redação de Minhas Férias, eu posso confirmar: é bem isso aí. Mas prometo que vai valer a pena a paciência: tô voltando para o Brasil com a mala cheia de discos argentinos (e umas preciosidades brasileiras que encontrei aqui; aliás, Buenos Aires é ótima parada para quem quer reforçar a coleção de MPB, por mais que isso soe esquisito). Também corro o risco de pagar excesso de bagagem com a quantidade de garrafas compradas por aqui – o que me deixa até ansioso para explorar novas receitas para a newsletter. Tudo no melhor espírito de uma das frases maiores do mestre Luis Alberto Spinetta: “mañana es mejor”.
Então é isso: semana que vem a gente se vê com mais calma e começa a colocar o papo em dia. Antes disso, alguns reclames desse mês doido que passou rápido demais (snif!).
A edição de abril da GQ Brasil tem o palmeirense Endrick na capa, mas no recheio tem uma reportagem minha bem bacana sobre a Link School of Business, uma faculdade focada em formar empreendedores com mensalidade de R$ 11 mil (!) – a mais cara para a cadeira no Hemisfério Sul. Corre que ainda tá nas bancas!
Sigo escrevendo para Cajuína sobre mundo do trabalho e RH – e um dos textos mais bacanas que fiz recentemente foi essa entrevista com a Beatriz Alvernaz, gerente de RH da chinesa Shein (xáin? xí-in? xê-ín?) aqui no Brasil. Não tem nada sobre a polêmica dos impostos, mas tem bastante coisa bacana sobre cultura.
O Programa de Indie segue a todo vapor e teve várias edições crocantes nas últimas semanas. Três delas, em especial, estão no meu coração: um programa inteiramente dedicado ao primeiro ano “fonográfico” da carreira dos Beatles. outro com um manual do jangle pop e um terceiro dedicado aos 40 anos de Murmur, uma das várias obras-primas do R.E.M. Chega mais:
Já devo ter dito aqui que eu aprendi a viajar com a escola Marcelo Costa de turismo: marco passagens e cidades em torno de shows que quero ver. Nem sempre as coisas são assim, mas dessa vez em Buenos Aires dei uma baita sorte de baixar na cidade dois dias antes do Fito Paez tocar no estádio do Vélez Sarsfield, em um show dedicado aos 30 anos do discaço El Amor Después del Amor. Mais que só ver o concerto, cometi um texto lá no Scream & Yell sobre a noite incrível – e uns vídeos no canal do YouTube, que também tem imagens do festival Rock en Baradero, em que deu pra ver Conociendo Rusia, Emmanuel Horvilleur e o El Mató em uma aventura com a namorada (que, em breve, eu conto aqui).
Por falar em namorada,
está de newsletter nova: sem abandonar a bissextíssima , ela acaba de criar o, um espaço para falar de cremes, maquiagens, modas e outros temas de penteadeira. A última edição, inclusive, um tratado sobre os “looks de festival”, tem uma pequena participação minha – mas deixo claro que eu não gosto de Metallica, tá?Ainda falando em dupla (esse negócio de viajar em casal é uma coisa doida), eu também fiz uma participação especial na última edição da
, contando detalhes e aventuras da viagem… pela Península Ibérica no ano passado. Ordem cronológica? Isso é pros fracos. Mas vai lá me ver falando de história da arte (ou não). E aproveita para seguir porque tem mais coisa legal vindo aí, ainda sobre essa turnê Portugal-Espanha.Ufa, acho que é isso. Nem tentando só dar um oi eu escrevo pouco. Desculpa aí, gente. Mas vamos lá: vou ali tomar meu último vermute e volto. Até semana que vem!
Um abraço,
Bruno Capelas
PS: Essa edição… bem, ela foi escrita em um café de Villa Crespo, ouvindo o papo de quatro cocotas portenhas comendo um brunch com huevos benedictinos. Puro suco do nômade digital de LinkedIn, né? Desculpa, mas precisava anotar essa ironia.
PS2: Nos últimos dias, comecei uma lista de motivos pelos quais eu não mudaria para Buenos Aires. Acho que o principal deles é o medo de ir cortar o cabelo e aparecer com aquele corte de cabelo meio maluco que só eles têm aqui, um sidecut bem anos 80. Ter que lidar com diferentes cotações de dólar também seria um problema para quem é de humanas (e olha que eu sou bom de conta de cabeça).
PS3: Nota besta, mas ainda assim importante: estamos quase chegando aos 1.000 convivas neste balcão. É uma honra e um privilégio, sinceramente. E muito obrigado a quem tem indicado essa newsletter por aí, seja em redes sociais, compartilhando por email ou mencionando por aí. (Um abraço especial pra Guta Tolmasquim, que espalhou a palavra no TikTok e no Instagram de uma maneira que me deixou até envergonhado). Se você chegou aqui do nada, aproveita a onda e assina, vai? :)
Ansiosa pelas dicas de lugares/bebidas/sons legais de Buenos Aires! Estou me organizando para fazer essa viagem em breve, também em dupla. Já anotei a dica do Varela Varelita.