Olá, olá! Espero que vocês estejam bem por aí, convivas de balcão.
Faz tempo que eu não abro a lojinha por aqui – e é tudo culpa da minha saúde. Lembra que eu falei que tinha passado meio mal no final do último texto? Pois é: na semana seguinte à publicação do Buena Vista Social Club, eu tive outra recaída intestinal. E estou até agora tentando entender o que aconteceu, entre exames, visitas a um gastroenterologista e uma dieta que, semanas depois, começa a ter alguns arroubos de felicidade (leia-se “frituras, laticínios, carbonatados e outros quetais”).
🥸Olá, olá, olá! A Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais é uma tabelinha entre grandes álbuns e bons goles.
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Fazia tempo que eu não passava tanto tempo sem poder beber – a mera ideia de uma Coca-Cola já fazia meu corpo querer se rebelar, quanto mais uma cervejinha ou destilado. Algumas das últimas semanas foram mais difíceis que outras, e, enquanto tento descobrir os sinais que meu corpo está me mandando, achei que valia dar um oi por aqui para mostrar que nem eu nem esta newsletter morremos. Eu não ia escrever, só ia voltar quando estivesse 100%, mas ver que meu corpo reagiu bem a um vermutinho e umas azeitonas no final da tarde da última terça-feira me fez ter vontade de traçar essas linhas.
Porque uma das melhores coisas que eu aprendi em 2023 é que tem poucas combinações de bebida e comida do que um vermute e umas azeitonas – parece que há algo na combinação do doce do vermute com o aspecto salino das olivas que faz tudo se encaixar maravilhosamente bem. Quando ingerida ao final de um dia de trabalho, ali pelo ocaso, mesmo que o pôr-do-sol esteja encoberto, essa mescla se torna ainda mais especial. Acho que foi o Michael Stipe que falou que um aperitivo no final do dia, ao lado de uma boa companhia, torna tudo melhor, né? Tá aí um homem sábio. Se você nunca fez o teste, tente encerrar a jornada de trabalho mais cedo e se servir um vermute com gelo, umas azeitoninhas, um queijinho…
Outra coisa que eu aprendi nessas últimas semanas, em uma incursão forçada ao mundo dos mocktails, é que tem muito sabor interessante para explorar ainda. Parece uma besteira dizer isso, mas há algum tempo eu vinha sentindo um certo cansaço de escrever essa newsletter – não na escrita em si, mas na dificuldade de ter ideias criativas para misturar discos e coquetéis. E olha que, apesar de ter bebido uma porção de coquetéis sem álcool em Belém do Pará (no excelente Muamba Bar), muitas dessas combinações tem ingredientes do nosso dia a dia – como maracujá, gengibre, sal (!) e mel. E nada como uma restrição para a gente querer voltar a explorar o que parecia meio sem sal.
Também é verdade que dei uma sumida porque andei trabalhando e viajando bastante nos últimos tempos. Fui pra Belém do Pará, por exemplo, cobrir o Se Rasgum – um dos festivais mais longevos e interessantes da cena independente brasileira – a serviço do Scream & Yell, de olho em shows de gente como Planet Hemp, Silvia Machete, Keila + Deize Tigrona, Terno Rei e até bandas gringas como o Thus Love. Não foi só: também comi muito peixe, passeei pelo Ver-O-Peso, brinquei com os flamingos no Mangal das Garças e fui bem feliz, na companhia do grande Adriano Costa.
Uns dias antes, também passei pelo Rio de Janeiro, onde vi o Caetano tocando Transa, um showzaço do Amaro Freitas no Teatro João Caetano e descobri o Esquadrão Sonzera Total (em breve, tem mais sobre eles no Scream & Yell) numa cobertura na Lapa, graças aos bons amigos Manoel Magalhães e Otaner. Além disso, foi também um período intenso de shows – cobri o Roger Waters pro Scream & Yell, bem como a revelação Loreta Colucci e o meu querido Conociendo Rusia, tudo em São Paulo. (Se precisa ainda de mais, tem mais: nesse meio tempo, também saiu lá firma S&Y uma entrevista que eu fiz com a Bebel Gilberto sobre o disco mais recente dela, “João”, feito em homenagem ao pai).
O Programa de Indie também andou à corda toda: desde o final de outubro, eu e o parceiro Igor Muller fizemos uma cacetada de entrevistas com gente bacana, surfando a maré dos festivais nesse finzinho de ano em São Paulo. Respira fundo: a gente conversou com a Corinne Bailey Rae, com o Beirut e com o Whitney, que tocou no último Balaclava Fest. Pra quem vai pro Primavera Sound, que rola nesse final de semana, tem um FAQ do festival com o curador Pedro Antunes, além de um papo com os escoceses do Slowdive – e aviso que essa sequência ainda não acabou (tem dois papos inspirados em futebol antes de completar o ano, viu?).
Também andei escrevendo bastante para lugares diferentes – tem algumas matérias esperando para sair na GQ e em publicações bem legais que ainda não posso falar o nome. Do que já saiu, teve duas reportagens para a Época Negócios, uma sobre NFT e outra sobre hubs de inovação no esporte aqui no Brasil, além de um evento sobre histórias de terror no branding pro pessoal da Purple Metrics. Ainda participei pela primeira vez de um RD Summit, mediando uma mesa a convite do pessoal da Alice – moderar painéis, aliás, é uma das coisas que quero fazer mais em 2024, assim como cobrir mais festivais pelo Brasil. (Não, este não é um texto de Ano Novo, prometo, mas é legal já ter umas metas espalhadas pelo vento por aí).
Por agora, enquanto escrevo, juro que estou bem – mas ainda aguardando resultados de exames. Espero que não seja nada grave e que este balcão possa voltar a abrir constantemente nos próximos tempos. Tenho planos legais para essa newsletter e quero muito conseguir organizá-los na cabeça e no papel nesta virada de ano. Juro que não é promessa de bêbado não. Torçam por mim. (E a quem chegou aqui nesse últimos meses, prometo que eu sou um escritor sério – e que não aguento mais revisitar a velha máxima do Rubem Braga do cara que escreve crônica e está meio sem assunto).
Se tudo der certo, volto daqui a alguns dias com um drink bacana pra gente se refrescar no verão. Enquanto isso, deixo vocês com o acervo dessa newsletter (certeza que tem alguma edição antiga que você ainda não leu!) e também com os inúmeros vídeos que gravei nesses shows todos que fui recentemente para o canal do YouTube. Tô cada vez mais comprometido com a missão de ser “o homem que grava shows”, como diz a namorada, e espero que vocês curtam também.
That’s all, folks. Até breve <3
Um abraço,
Bruno Capelas
PS: A quem interessar possa, essa newsletter foi escrita ao som de Engenheiros do Hawaii. É tudo culpa do Manoel Magalhães. Já os drinks que acompanharam foram testes envolvendo mel, limão e suco de caju – se algum deles der certo, vai acabar aparecendo aqui.
bom demais voltar a ter ler. confesso que estranhei não receber nenhuma newsletter sua nos últimos tempos e quando abri, fui surpreendida com essa saudade imensa de belém! taí uma cidade tão incrível que quando fui passar um feriado, mudei a passagem e voltei só dez dias depois.
o norte é bom demais. espero que em um futuro próximo tenha uma sobre manaus! hahaha
Belo texto! Já me preparo para um dia voltar a visitar Belém. Vou ao Muamba, com certeza!!