#65: “À Procura da Batida Perfeita”, Marcelo D2 + Batidinha de Gengibre
Do hip-hop ao samba, um tratado sobre Neymar, Santos Futebol Clube e a procura de uma batida que há tempos já não é perfeita.
“Essa onda que tu tira qual é? Essa marra que tu tem (qual é?) E tira onda com ninguém (qual é?)” (“Qual É?”, Marcelo D2)
Dizem que na adolescência a gente forma o nosso gosto musical. Comigo não foi exatamente assim. Já contei aqui que pequenino de pé no chão eu escutava Assis Valente e Lupicínio Rodrigues, e que antes de acabar o primário já estava embrenhado em Pato Fu, Mutantes e Beatles. Mas há um momento, ali entre a quinta e a sexta série, em que o ser humano sente a necessidade de se enturmar. Alguns podem chamar isso de representatividade do homo socius. Outros, de pré-adolescência – aquela época em que os hormônios se avizinham e de repente as garotas parecem mais interessantes. Foi mais ou menos nessa época em que eu larguei o Alto Falante exibido pela Cultura de lado e comecei a prestar mais atenção na MTV. E entre muita besteira (de Avril Lavigne a Evanescence, de Alma D’Jem e a primeira geração do emo ao Linkin Park), de algumas coisas eu comecei a gostar. O Green Day é um bom exemplo – inclusive, aceito convites pro show, viu? Marcelo D2 é outro.
Seja com o recém-lançado À Procura da Batida Perfeita ou com o hypado Acústico MTV, D2 era um rosto em alta rotatividade nos clipes da MTV da época. E também um excelente caso de rebranding: de maconheiro perseguido pela Justiça, D2 buscava se mostrar como um bom pai de família (como mostra o clipe de “Loadeando”) ou um homem que respeitava as tradições – do samba e da malandragem, claro, mas ainda assim respeitoso às tradições. Para ele, era o início de uma virada que o transformaria em referência indiscutível do pop – mesmo que ele dissesse que era o “pesadelo do pop” (ref. cit. “A Maldição do Samba”).
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Para mim, moleque de classe média do ABC criado chutando bola na garagem, foi o primeiro contato com um dos mais clássicos arquétipos da brasilidade: o malandro, aquele que sabe viver de dibre em dibre, driblando as adversidades. No recreio, lembro de cantar o refrão de “Qual É?” a plenos pulmões, mesmo não tendo nenhum coleguinha que merecesse exatamente aquela peitada. Mas é fato que aquelas frases nunca exatamente saíram da minha cabeça – e toda vez que eu vejo alguém forçando a barra, Marcelo D2 surge instantaneamente na cabeça gritando: “qual é, neguinho, qual é?”.
Nos últimos meses, desde que Neymar voltou ao Santos, esse refrão tem passado insistentemente na minha cabeça.
Neymar não foi meu primeiro herói no Santos. A honra pertence a Giovanni, o homem do inacreditável 5 a 2 contra o Fluminense no Pacaembu. Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pelé e Pepe vieram em fitas de vídeo e memórias. Depois deles, vieram em alguma medida Zetti, Viola e a dupla formada por Diego e pelo inominável, aquele das oito pedaladas cujo nome não merece ser lembrado. Junto deles, claro, Renato, Elano e Léo.
Depois vieram o talismã Basílio, Ricardo Oliveira, Zé Roberto e até mesmo o infame Geílson, o artilheiro dos clássicos. Nem mesmo no plantel em que surgiu Neymar era o meu maior ídolo: no Paulistão de 2010, quando fui ver um Santos x São Caetano no Anacleto Campanella, o já não mais adolescente Ney estava escalado ao lado de Robinho, Madson e André Balada. Mas eu soltei um muxoxo pois queria mesmo era ver o herdeiro de Giovanni, Paulo Henrique Ganso. Ainda assim, Neymar tem seu lugar.
Eu estava já na época do vestibular quando Neymar começou a fazer seus dribles desconcertantes na Vila Belmiro – acho que nunca esquecerei aquela maluca semifinal do Paulistão contra o Palmeiras em 2009. E foi mais ou menos nessa época em que passei a comparar minha vida com a sua. A lista é boa, prometo. Passei na USP poucos meses antes dele ganhar o primeiro Paulistão. Entrei numa sinuca de bico na faculdade na época em que ele foi chamado de “monstro” por René Simões. Quando ele foi vendido pro Barcelona, eu também fui morar na Europa. E até mesmo terminei um namoro longo com poucos meses de diferença para o fim do casal “Brumar”, ali entre 2017 e 2018.
Foi mais ou menos nessa época também que deixei de acreditar em Neymar. Não só pelo futebol aquém do imaginado, mas também pelo que ele praticava fora de campo – o apoio a Bolsonaro, os inúmeros casos de assédio, as polêmicas vazias que estragavam o brilho de suas jogadas incríveis. E olha que eu nunca quis saber muito da maldita história da transferência pro Barcelona. Por quê? Havia ali um sentimento conflitante: como deixar de lado alguém que me deu alguns dos meus maiores momentos de alegria no futebol? O que dizer dos 10 a 0 contra o Naviraiense? Ou a goleada que vi ao vivo no jogo do centenário do Santos, na Vila Belmiro? E a final da Libertadores, que vi no centro acadêmico da faculdade, pronto pra embarcar para um JUCA? Por sorte do meu terapeuta, acho que consegui resolver isso sozinho sem precisar levar o Santos para o divã – a pauta só foi aparecer mesmo em 2023, quando fomos parar na Série B.
No começo de 2025, quando voltamos para onde nunca deveríamos ter saído, começaram as conversas sobre o retorno de Neymar. A famosa volta do filho pródigo, do malandro que “vai, mas volta”. É claro que torci o nariz e fiquei puto: o que o Santos precisa é de reconstrução séria, e não de farra. Mas mesmo com toda a lama, com toda a fama, foi difícil não ficar esperançoso quando vi ele pulando no colo de Mano Brown.
Até comentei com os amigos: se até Pedro Paulo perdoou, por que não eu? No fundo, no fundo, entre ser feliz e ter razão, eu me sentia cansado de querer torcer pelo certo num lugar em que todos fazem errado. “Quero ser feliz também”, era o que eu dizia a mim mesmo. E por alguns dias, eu me deixei iludir, como naquele gol olímpico contra a Inter de Limeira. Podia funcionar, vai – afinal, se comparei o Santos com a minha depressão, uma volta por cima mirabolante sempre parece fazer sentido para quem está à espera de um milagre.
A questão é que milagres não existem no futebol. E tudo começou a ficar estranho: aquela semifinal contra o Corinthians em que ele ia jogar e não jogou, mas passou a partida toda supostamente esperando para entrar. As sucessivas lesões. A suruba pós-jogo. A farra com a Kings League em vez de seguir a agenda do alvinegro praiano. As viagens de helicóptero sem qualquer preocupação, manchar a camisa do Santos com o patrocínio da Havan. A eliminação bisonha contra o CRB. O CRB, com todo respeito, mas meu Deus, o CRB! Tudo isso minou minha fé.
Aos poucos, porém, fui percebendo que o problema não era que Neymar não jogava. O problema era Neymar. O problema é Neymar. Um homem que vende a imagem de malandro (“pique de jogador, naipe de artista”), mas no fim das contas é um grandessíssimo filho da puta. E olha que até ali eu nem tinha a informação da história dos R$ 100 milhões que o Santos precisa pagar a ele. Dinheiro é dinheiro, tá certo, parça, mas explorar justamente quem te criou é pagar com traição a quem sempre te deu a mão – como bem cantou a torcida do Botafogo no último domingo, depois daquele infame gol de mão.
Se você não acompanhou a última rodada do Brasileirão, explico: no último domingo, 1º de junho, Santos e Botafogo se enfrentaram na Vila Belmiro. O Santos, vale lembrar, não só está na zona do rebaixamento neste momento como tem mais jogos disputados do que pontos no campeonato. Já o Botafogo se reconstroi depois de perder craques após as conquistas de 2024. Neymar entrou como titular e poderia jogar uns 65 minutos, segundo avaliações da equipe médica do Santos. O jogo não estava ruim – em uma das primeiras vezes no ano, o Santos conseguia marcar por pressão e oferecer perigo ao adversário.
Mas, no segundo tempo, quando o cronômetro marcava um tempo de partida superior à expectativa inicial de jogo para Neymar, ele tentou fazer o impossível: um gol de mão. Não estamos mais em 1986, quando Maradona enganou todo mundo numa obra de arte da malandragem. Hoje, com VAR, milhões de câmeras e celulares, Neymar achou mesmo que passaria incólume com um gol de mão? Eis aqui o nosso malandro-agulha. Resultado? Expulsão e talvez sua última partida pelo Santos. Que seja assim.

Sim, porque Neymar voltou ao Santos por apenas seis meses. Até 30 de junho. R$ 100 milhões em seis meses. E desde o começo, uma novela mais chata que as cenas da Heleninha Roitman bebendo em Vale Tudo: e aí, vai renovar? Fica até a Copa? No começo, era tudo o que eu queria. Depois, vendo a catástrofe, adotei a teoria do “quanto pior, melhor”: que renove, que o Santos caia e o mito se quebre de uma vez. Mas agora começo a pensar que há algo pior do que cair de novo para a Série B: não torcer mais pro Santos.
O raciocínio é complexo, mas vamos lá: o que Neymar – e seu pai, outro filho da puta de marca maior – têm feito com o Peixe é um sequestro. Não é só o sucateamento de um time para comprar mais barato no futuro, quando o Santos inevitavelmente se tornar uma SAF. É um sequestro da atenção: não se discute mais a tática, o melhor técnico ou o reforço certo, mas sim quem pode jogar junto com Neymar. Foi assim na escolha de Cléber Xavier, o novo professor, ou de Alexandre Mattos, o novo CEO. Foi assim na última rodada de reforços. E continuará assim, caso ele renove.
O problema maior, porém, é que talvez o Santos não se torne propriedade dos Neymar com uma compra substanciosa, com injeção de dinheiro e um investimento que faça jus a sua história. O Santos pode cair no colo de Neymar simplesmente por uma dívida de trabalho, em um contrato mal formulado por um dirigente que, no fim das contas, não tem nada a perder.
Escolher um time de futebol é uma das primeiras escolhas que muitos brasileiros fazem na vida – às vezes, até mesmo sem saber em que buraco estão se enfiando. Comigo foi assim: desde 1995, o Santos me deu muito mais tristezas do que alegrias, embora as alegrias tenham quase sempre sido próximas dos píncaros da glória. Houve um momento, ainda nos anos 1990, que as tristezas eram tantas que eu lembro de meu pai chegar a sugerir que a gente escolhesse outro time. E eu não quis.

Mais do que só uma escolha, escolher um time de futebol é optar por um caminho de vida: ser santista me fez ter menos amigos na escola, me fez aprender a comemorar algumas conquistas sem muita companhia, mas também me fez apreciar o que é belo, não só o gol como mero detalhe, mas também o drible. É um pedaço da minha personalidade – assim como aposto que muitos amigos corintianos aprenderam a lidar com as amarguras da vida sentados no sofá ou na arquibancada.
Dito isso, me parece cada vez mais próxima a ideia de que eu, com trinta e tantos ou quarenta e poucos anos, barba na cara e alguns cabelos brancos, não tenha mais um time para torcer. Porque há coisas que a gente suporta ou é capaz de contornar: a má administração, um rebaixamento, as infindáveis polêmicas, o ato escabroso de um ou outro ex-jogador – porque, vale lembrar, o Santos é maior do que qualquer jogador. Mas hoje, ele está sendo tratado como se Neymar fosse maior. E acho que está aí meu limite: se o Santos for parar não só na mão de Neymar, esse adulto irresponsável a quem o Brasil só chama de menino, mas também na mão de seu pai. Acho que não estou preparado para ver Bolsonaro todo fim de semana tendo camarote na Vila e vestindo a 10 do Rei – só pra ficar em uma imagem. É melhor abrir mão de mim mesmo do que compactuar com isso aí.
O que não quer dizer que eu não esteja torcendo pro Santos agora. Se você me ver por aí de camisa branca na rua, saiba: estou apenas aproveitando enquanto tudo isso não acaba.
Sei que é um bocado pessimista da minha parte, mas uma das poucas coisas que me davam algum consolo nas últimas semanas, em meio à débâcle santista, era acompanhar as notícias da CBF. A queda de Dorival Jr., a crise sucessória no banco de reservas e os mil escândalos políticos envolvendo mais um presidente me fizeram notar que a crise não era só no rio que corre na minha aldeia. É na aldeia inteira. Enquanto escrevo, o assunto das mesas redondas da semana não é outro que não o da estreia de Carlo Ancelotti pela seleção brasileira.
Pode dar certo? É claro que pode: um técnico que ganhou muito por onde passou e tem fama de paizão com os jogadores assumindo a seleção de última hora foi exatamente a receita que nos levou ao Penta. Além disso, se há algo que dá certo com a seleção brasileira é ter um técnico assumindo às beiras da Copa do Mundo – foi assim no Tri, no Tetra e no Penta. Mas por melhor que Ancelotti seja, e até mesmo se a gente conquistar o Hexa, ele não vai salvar o que há de mau no futebol brasileiro, esse símbolo gigantesco do soft power desta terra. É algo que todo mundo que porta um RG já vivenciou ao botar os pés fora do Brasil – a minha história favorita nesse tema é quando, em Atenas, um grego me abordou falando “futebol, Botafogo, Paraná Clube”. (Ele queria me convidar para um lugar com “moças bonitas” muito interessadas em afanar minha carteira, mas não aceitei o convite. Mas divago).
Marcelo D2 não é exatamente o tipo de craque que eu escalaria num time de arquitetos da música brasileira – uma lista que, como ele diz em “Re:Batucada”, inclui Chico Science, Cartola, Jovelina, Tom Jobim, Candeia, João Nogueira, Dona Neuma e Tim Maia. Assim como acho precipitado comparar qualquer jogador dos dias de hoje com as estrelas de outrora.
Mas, ao unir o hip hop ao samba em busca da batida perfeita, D2 fez algo tão importante quanto: ele apresentou o samba – outro ícone do nosso soft power – a uma geração inteira, se não mais. Ele fez o samba de roda soar contemporâneo e falar dos nossos problemas, das nossas coisas, até mesmo… de videogame, do Playstation nosso de cada dia em que muitos moleques aprendem o que é futebol (mas não podem jogar com os craques do seu time).
Sei que vencer em campo não é o bastante para salvar o futebol brasileiro. Pelo contrário: talvez vencer uma Copa do Mundo seja justamente a pior coisa que possa acontecer agora a essa instituição (representada pela estroncha CBF). Mas parte do caminho passa justamente por ver a seleção canarinho recuperar a sua batida perfeita. O material está aí: há líderes, há craques, há jogadores campeões de toda sorte escalados. E não há Neymar por enquanto. Torço para que os ventos conservem a lucidez inicial de Ancelotti nesse aspecto.
Da mesma forma que um dia ouvi os beats do hip-hop de D2 reverem o samba, torço também para que a visão de fora de Ancelotti ajude a seleção a reencontrar seu bom futebol. Pode parecer besteira, pode parecer ingenuidade, eu sei, mas acredite: em tempos tão difíceis, o Brasil precisa disso. Eu, pelo menos, preciso – ainda mais se ficar sem um time pra torcer.
A Receita
1 colher de sopa de gengibre fresco ralado
100 ml de cachaça
2 colheres de sopa de iogurte natural
1 colher de sopa de mel
12,5 ml de suco de limão
Gelo (não é opcional!)
Falei, falei, falei e não falei de drinks no texto principal. Desculpe o leitor: estou há muitas semanas pensando que precisava falar de futebol por aqui. É um texto que vem sendo escrito na minha cabeça há muito tempo – pelo menos, desde quando saí do Maracanã após ver Neymar (e Ganso) em campo na derrota do Santos para o Fluminense por 1 a 0, em abril. Ali, eu já não tinha muita fé, mas nunca tinha ido no Mário Filho, de maneira que juntei o descrente ao agradável numa noite de domingo.
Foi no Rio também, em várias visitas ao longo dos últimos dois anos, que comecei um amor sincero por uma bebida extremamente brasileira: a batida. Tal como Luísa Sonza e Chico Moedas, tudo começou no Bar da Cachaça, na Lapa, onde tomei uma excelente batida de gengibre que me virou a cabeça em 2023. É uma bebida desafiadora: ela tem o álcool da cachaça sendo desafiada pelo limão e pelo gengibre, sem perder certa doçura e cremosidade. É um resultado bem mais complexo do que uma batida de coco (talvez o meu sabor favorito, porque nem sempre a gente gosta do que é mais difícil).
Ao voltar pra casa, penei até achar uma boa receita de batida de gengibre na internet. Sim, lá vem o trocadilho: tal como D2, passei um bocado de tempo à procura da receita da batida perfeita. A piada estava pronta, mas faltava achar um tema, até que me dei conta que o gosto amargo, ácido e estridente que o futebol me deixou na boca nos últimos meses combinava bem com a batida de gengibre do Bar da Cachaça. Por sorte, enquanto esperava o vinil da Noize chegar em casa para escrever essa edição, achei minha própria receita de batida de gengibre. E para quem está tentando viver sob um novo regime, como eu, fica a dica: ela é “quase fitness”, num equilíbrio que acredito que o próprio D2 aprovaria.
No lugar do leite condensado, apostei no iogurte desnatado para dar cremosidade. No lugar do açúcar, o mel faz a vez de elemento de dulçor. O limão serve para dar equilíbrio à pungência do gengibre e da cachaça. E o gelo é indispensável: sem ele, a bebida fica quente e difícil de descer. Na receita acima, utilizei medidas para uma dose individual, adicionando mais gelo a um copo de caipirinha no final. Se você quiser uma versão maior, basta multiplicar até chegar na proporção de uma garrafa para guardar na geladeira. Para fazer, é simples: bata todos os ingredientes num mixer ou num liquidificador até chegar na cremosidade certa. Garanto que vai ser uma ótima companheira para ver o jogo da seleção hoje à noite. E não só.
Reclames da Quinzena
No Programa de Indie, eu e o chapa Igor Muller fizemos dois programas bem bacanas nos últimos dias. De um lado, um especial sobre o Moon Safari, obra-prima do AIR, banda francesa que baixou aqui no C6 Festival. Do outro, aproveitamos pra finalmente colocar as novidades da música alternativa em dia.
No site da família indie brasileira, o Scream & Yell, também dei meus pitacos nos últimos dias. Cobri as noites de jazz do C6 Fest, escrevi sobre o show das Fin del Mundo na Virada Cultural e também bati um papo com o Wilco – embora a entrevista completa só chegue mesmo daqui a alguns dias.
Em Cajuína, tem um papo bem bacana com o Lucas Otaviano, da Midea Carrier, sobre a importância da área de benefícios no RH para uma empresa.
Pra fechar, no YouTube tem uma porção gigantesca de vídeos dos shows das últimas semanas: tem C6 Fest, tem Popload e tem Lemon Twigs no Cine Joia, mas também tem grandes contribuições da família Capelas com vídeos do Paralamas no Allianz Parque e muito, muito mais.
Não falei, mas à procura da batida perfeita é também uma ótima representação callejera pra ideia de “não se contentar com o paraíso dos tolos” do Bertrand Russell. Achei que valia dizer agora.
Um abraço,
Bruno Capelas
PS: Este texto foi feito não só ao som de À Procura da Batida Perfeita, mas também de Eu Tiro é Onda e Acústico MTV - Marcelo D2. A trinca inicial da carreira solo de D2 é perfeita para entender a virada de Marcelo Peixoto do Planet Hemp para uma nova identidade.
PS2: Vale a ressalva: Marcelo D2 não foi exatamente o primeiro a fazer a fusão de rap com samba – e aqui, dá pra lembrar rapidinho dos Racionais chamando o Negritude Jr. pra cantar em “Fim de Semana no Parque” e de “Sou Negrão”, de Rappin Hood com Leci Brandão. Mas o mergulho de D2 é mais significativo, especialmente a partir desse disco, e se tornou mais popular do que o de muitos colegas.
PS3: Agora, estou à procura de um bom disco para dublar com uma receita de batida de coco. Quem será o campeão? Sugira aí nos comentários :)
PS4: Pra terminar essa newsletter, um último comentário: você também pode ler esse texto ouvindo esse clássico aqui da banda Merda, do Espírito Santo.
Pra batıda de coco: o álbum de cover do Krafwerk que o Senor Coconut gravou no fim dos 90 😌
"esse símbolo gigantesco do soft power desta terra." - 2012, eu entro em uma pizzaria esculhambada em Nova York, o balconista pergunta de onde sou, digo "Brasil" e ele "Ah, futebol!" e aponta para uma foto emoldurada na parede. Era a seleção italiana... de 1994. "Aposto que você não tem boas lembranças dessa foto", disse pro cara, que não sorriu de volta.