#62: “Elis & Tom”, Elis Regina & Tom Jobim + Uísque com Guaraná
Da tentativa de falar de um dos discos inescapáveis, uma união batida e improvável, com tensões que se resolvem com coadjuvantes de luxo.

Escrever sobre música brasileira por vezes é uma missão hercúlea. Não começo esse texto com essa frase de efeito querendo me gabar ou pedindo biscoito. A verdade é que, quando comecei esta newsletter, já se vão quase três anos, eu sempre soube que teria de enfrentar alguns monstros sagrados pela frente. Uma boa coleção de textos sobre a canção produzida do Chuí ao Oiapoque (ou seria Caburaí?) nunca estaria completa sem falar de alguns discos ou artistas. Elis Regina e Tom Jobim são dois desses seres mitológicos, que desde a infância ocupam meu Olimpo pessoal. E com tanto já escrito e dito sobre eles, o que será que eu poderia acrescentar – além de uma simples mistura de substâncias etílicas ou não?
De maneira semelhante, nos últimos tempos tenho sentido uma inquietação na hora de juntar discos e drinks. Duas, na verdade. Uma é registrar cada vez mais coquetéis clássicos – talvez um cacoete de quem começou essa newsletter justamente como desculpa para aprofundar uma pesquisa de balcão. A outra é aproximar cada vez mais esse universo da coquetelaria dos gostos da nossa terra; afinal, nem todo ingrediente vindo do estrangeiro pode dar conta de explicar os sons que produzimos aqui. Esta, por consequência, é também mais complexa: não só porque são muitos os Brasis que existem dentro do Brasil, mas também porque harmonizar em um só copo uma história cheia de contradições, violências e atropelos é também um exercício que pode se transformar em ignorância, intolerância ou preconceito.
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Além disso, por mais que minha formação cultural deva muito aos modernistas e aos tropicalistas – seja na poesia de Manuel Bandeira ou nas canções de Caetano, Gil, Tom Zé e sobretudo dos Mutantes –, por vezes tenho me pegado cansado da antropofagia como recurso estético. Como se não houvesse um caminho possível para contrapor influências externas e ideias locais que não a colagem, o disparate, a pedra jogada numa vidraça que estilhaça o tempo e o lugar das coisas. É uma linha de pensamento sobre a qual me debruço de tempos em tempos. Justamente por isso, às vezes me emociono quando encontro conexões diferentes, mais harmônicas, entre o mundo de lá e o de cá.
Foi algo que senti recentemente ouvindo de novo Elis & Tom, o mítico álbum de 1974 que junta a maior voz feminina com o maior compositor da música brasileira. Eu sei: acabo de cometer uma daquelas afirmações categóricas que podem fazer muita gente reclamar aqui na caixa dos comentários. Mas eu não consigo brigar com o meu coração. Desde a primeira vez que ouvi Elis cantar “sou caipira-pira-pora” ou aprendi a letra “Garota de Ipanema” de cor, eu meio que liguei os superlativos às pessoas – da mesma forma que não consigo cogitar outro “melhor jogador de futebol de todos os tempos” que não Pelé. E embora eu não escute Elis & Tom com tanta frequência assim, o que é um desperdício de vida da minha parte, toda vez que a agulha desce e Elis canta “é pau, é pedra”, sei que ali mora um pouco do melhor de nós – mas também um pouco do que soubemos sorver do que veio de fora.
Se eu avancei demais o sinal, caro leitor, peço desculpa. Enquanto ponho mais gelo no copo, que o calor está de matar, vou pedir um momento para contar a história desse disco. Para começar, vamos situar os sujeitos. Naqueles anos 1970, Tom Jobim já não era mais exatamente o criador de clássicos da Bossa Nova, mas um compositor arrojado, borrando as fronteiras entre a canção popular e voos mais eruditos.
É algo que se pode notar, por exemplo, em discos como Stone Flower, de 1970, ou Matita Perê, de 1973 – neste último, o lado A guarda canções populares como a primeira versão de “Águas de Março”, enquanto o lado B é dedicado a peças de fôlego, como os temas que Tom escreveu com base no livro Crônica da Casa Assassinada, de Lúcio Cardoso. São trabalhos que refletem o percurso de não só um dedicado pianista e compositor, ouvinte de Debussy e Villa-Lobos, mas também de um artista que passara a última década gravando nos EUA ao lado de gente como Frank Sinatra, Nelson Riddle ou Claus Ogerman.

Elis Regina, por sua vez, encontrava-se num ponto muito curioso de sua carreira. Criada para ser uma nova Celly Campello no sul, a cantora gaúcha se tornou ícone dos festivais e da nascente MPB ao vir morar no Sudeste, tornando-se estrela da TV Record nos anos 1960. Naquela década, porém, seus discos eram bastante marcados por arranjos orientados ao samba-jazz e outras evoluções da Bossa Nova criada por Tom.
Na virada dos anos 1960 para os 1970, o fim do relacionamento com Ronaldo Bôscoli e a chegada de Nelson Motta como produtor lhe deram outra orientação, mais atenta a novos compositores e mais pop. O movimento acabaria culminando na parceria bem-sucedida, em estúdio e na vida pessoal, com César Camargo Mariano, a começar pelos dois discos chamados Elis lançados em 1972 e 1973 (que se abrem como “20 Anos Blue” e “Oriente”, respectivamente). Como nem tudo são flores, e a despeito de gravar canções e mais canções contra a ditadura, Elis ainda não tinha se livrado totalmente da fama de entreguista por ter cantado nas Olimpíadas do Exército em 1972 – algo feito contra sua vontade, mas que pouca gente quis ouvir, incluindo Henfil. (O próprio viria a se arrepender depois, até virando personagem de outro hino, “O Bêbado e a Equilibrista” – embora essa seja outra história).

Fato é que, ao completar dez anos de contrato com a toda-poderosa Philips, Elis Regina ganhou de presente de André Midani a chance de fazer um disco com Tom. Como conta Júlio Maria em Nada Será Como Antes, o maestro não era a primeira opção: Roberto de Oliveira, empresário de Elis, tentou antes Caetano e Chico, que talvez tenham recusado pelo temperamento difícil da Pimentinha ou pelas muitas críticas que Elis sofria à época. (Vale dizer ainda que Caetano e Chico também eram mais próximos de outras cantoras naquela altura, como a dupla Gal Costa e Maria Bethânia). A conta dos dez anos também era meio incerta: na verdade, a estreia de Elis em disco aconteceu em 1965, mas quem liga para a matemática?
A verdade é que no papel, juntar Elis e Tom tinha tudo para dar certo – como deu. Mas quem vê o sorriso de Elis na capa ou ouve uma gravação tão perfeita, com arranjos e interpretações tão inspiradas, talvez não consiga imaginar que o encontro tenha sido cheio de tensão, ciúme, insegurança. É algo que o único texto do encarte do disco, assinado por Elis, deixa entrever.
“Nos meus dez anos de gravadora, ganhei de presente um encontro com Tom. Foram momentos vividos por duas pessoas muito tensas que só conseguem se descontrair através da música. Ficou a saudade de um passado recente, em que as cores eram outras e as pessoas mais felizes.”
O primeiro imbróglio foi justamente a forma como o disco foi negociado: ao contrário do que se imagina hoje, Elis & Tom foi pensado para ser um disco de Elis com participações de Tom. Não é à toa que a cantora levou toda sua banda – Paulinho Braga (bateria), Hélio Delmiro (guitarra), Luizão Maia (baixo), além de César (piano elétrico) – para gravar em Los Angeles, com a produção de outro veterano cheio de histórias: Aloysio de Oliveira. Ao chegar lá, porém, começaram as discussões: Tom entendeu que seria um disco dele – e não dela.
Não foi só: enquanto Elis imaginava que os arranjos seriam feitos por César Camargo Mariano, Tom ralhou e sugeriu inúmeros nomes americanos. Tom também não aceitava bem o piano elétrico de César, nem a guitarra de Hélio Delmiro ou baixo elétrico de Luizão. Em contrapartida, César caçoava chamando o piano de cauda venerado pelo maestro de “piano de pau”. Lançado em 2022, o documentário Elis & Tom – Só Tinha de Ser Com Você mostra bem essas tensões – com uma câmera próxima, Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay registram imagens preciosas e mostram como Elis quase cogitou desistir do disco e voltar para casa. Ainda bem que ela ficou em Los Angeles: não só Elis & Tom traz sua voz cantando um repertório precioso, como também guarda arranjos que a põe em primeiro plano, em uma qualidade de gravação cristalina.
É o primeiro dos pontos em que enxergo a mescla do Brasil com o mundo em Elis & Tom: na alta fidelidade dos registros feitos nos estúdios MGM nos EUA, mas com músicos brasileiros cheios de molho e malemolência. (E aqui vale a menção a Humberto Gatica, técnico de som ainda iniciante que depois viria a trabalhar em gravações como “Bad”, “We Are the World” ou “My Heart Will Go On”. É.)
O segundo ponto talvez seja batido, mas vá lá: se a Bossa Nova é o encontro do samba com o jazz, esse encontro é feito de uma maneira mais orgânica do que no macete antropofágico. E o terceiro talvez seja mais interessante: o Tom Jobim que vemos aqui não é só o Tom da Bossa Nova, mas também o Tom que viveu por uma década nos EUA e lá triunfou, como também o Tom que voltou ao Brasil cheio de láureas para voltar a morar no Rio. “É o projeto da casa, é o corpo na cama, é o carro enguiçado, é a lama, é a lama” não são palavras escolhidas à toa, mas sim fruto do dia a dia que Tom vivia em meio à construção da casa no sítio do Poço Fundo, na região serrana do Rio de Janeiro. É o Tom de “Chovendo na Roseira”, com sua poesia da natureza brasileira – e um ritmo de bateria que não passa distante do trabalho de Paul Desmond junto de Dave Brubeck.
A Elis que vemos aqui também não é a mesma Elis que começou a carreira cantando n’O Fino da Bossa. Aliás, com o perdão do trocadilho, aqui é que ela canta o fino da bossa mesmo, embora poucas as canções do álbum se enquadrem na definição mais estreita do gênero. É uma Elis que precisou cantar Roberto, Erasmo e Tim Maia – todos eles influenciadíssimos pelo que veio de fora – para poder voltar a onde ela mesma quis começar: no Beco das Garrafas onde Tom Jobim, João Gilberto e Os Cariocas fizeram a estreia mundial de “Garota de Ipanema”. (Que, diga-se de passagem, não está presente neste disco porque Elis a odiava – como fica claro em outra gravação histórica, a da apresentação dela ao lado de Hermeto Pascoal em Montreux.)
Pensar num coquetel que faça jus a Elis & Tom não foi tarefa fácil. A primeira orientação era simples: eu sabia que precisava ser um drink com uísque, bebida não só de predileção dos dois envolvidos, como também cromaticamente harmônica com a paleta da capa. Tudo que eu bebia, porém, me parecia americano demais, yankee demais. Também não podia ser um coquetel de qualquer calão: Elis & Tom é um disco sofisticado e merece uma bebida à altura.
Por pouco, não escrevi este texto pareando o álbum com um Dry Martini – afinal, nada mais justo do que obedecer a uma lógica tentando escapar de outra. Ainda assim, o Dry Martini também me parecia pouco representativo do Brasil abundante que surge no disco, do litoral ensolarado de “Só Tinha de Ser Com Você” à profundidade da Mata Atlântica de “Águas de Março”, “Chovendo na Roseira” ou da pureza de arranjos como “O Que Tinha de Ser”, privilegiando a voz caudalosa de Elis como verdadeira cachoeira. E nem adicionando uma jabuticaba no lugar da azeitona eu conseguiria trazer tal figura.
Até que cheguei no uísque com guaraná – combinação que a princípio parece vulgar, mas que sempre me pareceu ter lá seu charme. Não escondo que eu sou um fã de highballs. Ainda assim, duvidei da possibilidade. Até que, ao buscar por receitas que pudessem me inspirar e abrir um precedente, encontrei justamente a letra de “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, um standard de João Bosco & Aldir Blanc que cita justamente tal combinação. Imaginei que se Elis cantou sobre uísque com guaraná, ela também provavelmente teria provado a mistura alguma vez.
Eu sabia, porém, que a simples mistura de uísque e guaraná não funcionaria, da mesma forma que a genialidade deste álbum não está só na soma de Elis e Tom, mas sim na presença de Aloysio, César, Humberto Gatica e da constelação de músicos que ali trabalharam – os já citados e também o percussionista Chico Batera e o violonista Oscar Castro-Neves. De posse dessa licença poética, fui trabalhando nas proporções e nas pequenas combinações – um limão aqui, um bitter de laranja acolá – para chegar ao primeiro drink desta newsletter que leva o Guaraná, um ingrediente que é brasileiríssimo que só.
Tão brasileiro que me parece até difícil de explicar para um estrangeiro qual é o sabor do Guaraná, muito mais interessante do que qualquer ginger ale que alguém possa querer aproximar. Sei que talvez aqui eu esteja pensando mais no Guaraná enlatado ou engarrafado do que na fruta amazônica, mas vamos com calma nessa jornada. Da mesma forma que pode ser ousado tentar começar a ouvir música brasileira por Elomar, também talvez seja difícil partir daquilo que é mais raiz na hora de explorar os sabores e saberes.
Ao beber, penso que talvez fosse mais justo chamar essa mistura de Guaraná com Uísque. Por um momento, vou obedecer ao padrão das bebidas. Mas é verdade: ao sorver o que sai do meu copo, o uísque está presente. É quando me lembro que ter ido gravar em Los Angeles foi necessário para que esses dois brasileiros voltassem com um disco tão bom debaixo do braço. O limão e a laranja do bitter também se notam, é claro, e cada um deles tem suas origens diversas, embora tenham frutificado aqui mesmo – e não me surpreendo ao ler numa pesquisa rápida que o Brasil é o maior exportador de ambas as frutas.
Mas o que se sobressai mesmo é o nosso guaraná, é coisa nossa, é a representação de que apesar de todas as influências, viagens e movimentos, Elis e Tom são mesmo coisas nossas. Escolho o guaraná como símbolo porque mesmo quando Elis e Tom se debruçam nos temas mais tristes – e são vários, de “Triste” a “Modinha”, de “Retrato em Branco e Preto” a Soneto de Separação” –, eles trazem uma disposição que não só é muito brasileira, como talvez seja justamente o melhor do brasileiro. Sei que corro o risco de incorrer num clichê (e me contradizer justamente ao pensar em uma história tão marcada por violências), mas não consigo deixar de lado essa ideia de que um Brasil para cima, com força, graça, manha e estranha mania de ter fé na vida. A mesma fé de uma criança que espera o abridor espocar o barulho de uma tampinha de garrafa. Saúde!
A Receita
50 ml de uísque (melhor se for Scotch)
150 ml de guaraná (melhor se for zero)
5 a 10 ml de suco de limão
3 dashes de bitter de laranja
rodela de limão para decorar
Não deveria haver muito segredo para fazer um drink que é basicamente uísque com guaraná – uma mistura tão clássica que, como já dito, faz parte da letra de “Dois Pra Lá, Dois Pra Cá”, um dos muitos hinos do repertório de Elis Regina. Mas confesso que todas as vezes que testei a mistura, sempre achei que faltava alguma coisa: o resultado era muito doce, sem sutileza, sem sofisticação, parecendo mais uma desculpa de quem quer beber para esquecer o gosto da bebida. Até que fui a BH e lá tive um estalo: na mesa do Café Palhares, me serviram um guaraná com rodela de limão no lugar da laranja. O resultado era mais azedo do que eu estava acostumado, mas achei que poderia servir bem aqui – afinal de contas, o Jameson, Ginger and Lime é uma receita mais velha que andar pra frente.
O segundo estalo veio quando, na gôndola do supermercado, encontrei o guaraná FYS – uma dessas marcas novas e metidas a saudáveis, com menos açúcares. O guaraná não só era de fato menos calórico que o Antarctica velho de guerra, mas também tinha um sabor menos açucarado. Para terminar, desisti dos testes com Bourbon e firmei o experimento no Scotch, também menos adocicado. Para arredondar tudo, faltava ainda honrar a tradição do guaraná com laranja – substituído aqui pelo gentil toque dos bitters de laranja. Et voilá: estava pronto o meu uísque com guaraná ideal.
Para repetir meu experimento em casa, separe um copo alto (highball ou collins, se possível) e encha de gelo. Coloque primeiro o uísque – se possível um escocês – e depois o guaraná. Depois, esprema o limão de maneira suave e coloque os bitters de laranja. Para deixar tudo mais unido, pegue uma bailarina e mexa poucas vezes. E adicione a rodela de limão para finalizar. Aqui em casa, o Scotch foi um Ballantine's que estava pedindo pra acabar, enquanto o guaraná foi o FYS Zero; o bitter de laranja, por sua vez, foi o Orange Angostura. E vale o aviso: esta foi a minha proporção favorita; como em todo highball, cabe a você testar se quer mais álcool (em 1:2, por exemplo) ou mais guaraná (1:4, talvez?). Os testes podem ser tão infinitos e agradáveis quanto recolocar esse disco na vitrola mais uma vez. E outra. E outra. Só lembre de pôr muito gelo pra aguentar o calor.
Reclames da Quinzena
No Programa de Indie, eu e o parceiro Igor Muller comemoramos cinco anos no ar com muita gente boa: no episódio especial de aniversário, convidamos gente que faz música acontecer nos quatro cantos do Brasil para pedir canções na nossa festa. Além disso, na semana anterior trouxemos boas novidades para encerrar o longuíssimo mês de janeiro.
Além disso, o Programa tem outras duas novidades boas: ficamos em primeiro lugar no Melhores do Ano do Scream & Yell e abrimos o nosso Apoia-se para quem quiser contribuir com o quartinho de bagunça.
Por falar em Melhores do Ano, quem quiser conferir meus votos pode chegar aqui.
Ainda no assunto Scream & Yell, escrevi sobre o incrível show do Odair José tocando O Filho de José e Maria na íntegra no Sesc Pompeia – e de quebra conheci pessoalmente a
, da , que me instigou a escrever uma news do Odair. Será que eu consigo?
Em Cajuína, saiu essa semana uma entrevista minha com a Franciele Ropelato, diretora de RH da Merck no Brasil – a farmacêutica criou um programa para custear os tratamentos de fertilidade de funcionários e dependentes. Por quê? Vai lá saber.
Pra fechar a fatura, tem sempre os vídeos no canal do YouTube – além do Odair, tem também vídeos do show de lançamento de Vida Vale a Pena?, do Pullovers, uma das bandas favoritas da casa.
É, só tinha de ser desse jeito. Espero que tenha dado certo.
Um abraço,
Bruno Capelas
PS: Esse texto foi escrito ao som de múltiplas audições de Elis & Tom ao longo das últimas semanas. Também foi muito inspirado pelas discussões da Sommelieria Pindorama, curso da
e da Aline Smaniotto que fiz nas últimas semanas, buscando compreender o que cabe num copo de Brasil. Aline e Bia são duas das cabeças por trás do projeto Manipueira Selvagem, sobre o qual escrevi para a piauí em janeiro passado – e além disso, Bia tem uma bissexta newsletter aqui no Substack que eu adoro, a . Por fim, informações desse texto foram checadas e rechecadas com Nada Será Como Antes, a excelente biografia que o meu ex-colega de Estadão Júlio Maria escreveu sobre Elis (e que vai ganhar relançamento em breve pela Companhia das Letras. Fique de olho).PS2: Não posso falar de tampinhas de garrafa sem lembrar de duas coisas que adoro nesse pequeno objeto descartável e tão sentimental. A primeira é recordar que é um som tão mágico que Brian Wilson já o utilizou como elemento percussivo no grande Pet Sounds. A segunda é compartilhar sempre o maravilhoso conto “Afinação da arte de chutar tampinhas”, de João Antônio, presente em Malagueta, Perus e Bacanaço – um dos meus livros favoritos da vida. Tem que ouvir, tem que ler.
PS3: E por falar em Brian Wilson, lembro que o
escreveu sobre ele essa semana. É preciso dar a dica: a tem sido uma das minhas leituras preferidas, especialmente por unir um texto excelente a recomendações que expandem ainda mais minha curiosidade. Minha lista de desejos de leitura só tem aumentado. Vai lá se inscrever.PS4: Elis & Tom, o documentário, é muito bacana pelas imagens de arquivo captadas por Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay – o cara que, ao lado de Roberto Muylaert, ajudou a definir muito da programação da TV Cultura que faz e fez minha cabeça, além de ter sido empresário de Elis e criador do circuito universitário. É um homem que merecia uma boa biografia. Mas, voltando ao filme, confesso que acho o roteiro problemático, especialmente ao insistir numa mitologia desnecessária de suas figuras. O Marcelo Costa, no Scream & Yell, fala disso muito melhor do que eu.
PS5: Não cabia no texto, mas meu primeiro contato com Elis & Tom além de “Águas de Março” foi o relançamento de 30 anos feito pela Trama. Era coisa chique: o disco saiu no finado formato DVD-Audio, algo pelo qual Seu Capelas é obcecado até hoje, e tinha uma faixa extra descartada na época original das gravações, “Bonita”. Não tá na versão dos streamings, então deixo aqui pra vocês.
PS6: Ainda no assunto Elis & Tom: não deu tempo também pra falar no texto, mas acho “Só Tinha de Ser Com Você” uma das gravações mais romance da história da música brasileira. Nível “música para noivo entrar na igreja”. Se você quer saber mais sobre o conceito de música romance, tem que ler a
.PS7: Ainda quero testar misturas mais ousadas com guaraná, indo além do nosso querido Xeque-Mate. Alguém tem alguma indicação por aí?
Endosso meu próprio coro pela edição do Odair, já estou curiosa com o drink! :)
eu sempre coloco o álbum pra ouvir e ler sua newsletter junto com as música e acho uma delicia, pq sempre é algum álbum que amo e faz tempo que não coloco pra puvir, ainda mais na integra e na ordem que foi gravado.
Adorei sua presença e os videos do show do pullovers
Ana