#50: "El Amor Después del Amor”, Fito Páez + Cynar Pomelo
Um papo sobre um dos maiores nomes da música argentina... e também sobre luto, morte, planos inesperados e a passagem do tempo 'que nos ayuda a olvidar'
“Solo quiero saber lo que puede dar cierto”.
Foi assim, em “Go Back”, nesses versos do poeta Torquato Neto traduzidos para o espanhol, que eu conheci Fito Páez. Ele era apenas um dos muitos convidados do Acústico MTV dos Titãs, um disco que ouvi até furar quando era criança, a despeito de falar de flores que têm cheiro de morte, homens primatas e “peste bubônica, câncer, difteria”. Fito também reapareceu alguns anos depois, quando me apaixonei pelos Paralamas do Sucesso, graças ao DVD Uns Dias – que ganhei numa promoção de um blog, quando escrever na internet diariamente era apenas o hobby de um moleque de 12 anos sem muitos amigos na escola. É dele uma das músicas mais legais daquele… caham, vídeo: “Trac Trac”, que recebe a participação especialíssima naquela gravação de Edgard Scandurra. E é do argentino também “Un vestido y un amor”, uma das faixas mais bacanas daquele disco que o Caetano gravou em espanhol, Fina Estampa.
Durante muito tempo, Fito foi apenas o convidado de luxo das minhas bandas favoritas, um cara que aparecia na história toda vez que alguém queria invocar o espírito Libertadores da América do rock latino. Talvez você ache o mesmo dele até hoje, caro leitor. E esse é só um dos motivos pelos quais esse texto existe: para mostrar que Fito Páez é um dos músicos mais legais nascido neste cantinho do planeta chamado Cone Sul – e de quebra, te apresentar mais um trago simples que você pode beber em qualquer boteco, o Cynar Pomelo. Eu também vou falar sobre luto, morte, problemas, dúvidas e a passagem do tempo, mas vamos com calma.
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Não sei bem dizer ao certo quando exatamente eu me apaixonei pela música de Fito Páez. Talvez porque justamente eu esteja continuamente descobrindo coisas novas para amar em uma discografia extensa. São mais de 30 discos, entre trabalhos em estúdio e ao vivo – e infelizmente eu não tenho mais o tempo que tinha na adolescência pra desbravar todos os álbuns de um artista em um mês.
Por outro lado, há certa graça em poder se apaixonar pela obra de um músico já adulto: encontrar uma nova melodia que te faz arrepiar todos os pêlos do corpo, do dedinho do pé até a nuca, é um sinal que a vida nos dá para mostrar que a gente ainda está vivo… e bem vivo, por sinal. E se você está sentindo falta dessa sensação, eu recomendo vivamente que você aperte o play em El Amor Después del Amor, a obra-prima desse rosarino nascido em 1963, enquanto lê os próximos parágrafos.
Órfão de mãe, criado pelo pai e pelas avós, Fito já contava mais de uma década de carreira na época em que gravou El Amor Después del Amor. E que carreira: ele chegou a Buenos Aires no início dos anos 1980, em meio à Guerra das Malvinas e à queda da ditadura de Videla, para acompanhar o conterrâneo Juan Carlos Baglietto. Pouco tempo depois, já estava tocando teclado na banda de Charly García, acompanhando um dos músicos mais criativos da história do rock argentino em dois discos geniais: Clics Modernos e Piano Bar. Ali, ele também conheceu Fabiana Cantillo, backing vocal de Charly que se tornou sua primeira esposa, numa relação que durou entre 1983 e 1990.
Não demorou muito para que Fito se lançasse numa carreira solo produtiva, com destaque para o belo Giros, que traz a baladaça “Cable a Tierra”, a romântica “11 y 6” e “Yo vengo ofrecer mi corazón”, que chegou a ser gravada até por Mercedes Sosa. Se ainda era pouco, o rosarino também teve a honra de dividir um disco com Luis Alberto Spinetta, La la la, em 1986, num projeto que muita gente suspeita que era para ter sido partilhado com Charly. Disco a disco, ele evoluía a passos largos. Mas, no começo dos anos 1990, o artista ainda sentia que era meio sabotado pelas gravadoras e pela crítica para alcançar seu potencial maior – os traumas pessoais (como a brutal morte de sua avó, assassinada em 1987), a fama de geninho incompreendido detrás de óculos-fundo-de-garrafa e a relação próximas com as drogas também não ajudavam.
Até que o caminho de Fito se cruzou com o de um velho conhecido do fã de música brasileira: André Midani. Responsável por comandar a MPB na toda poderosa Phillips dos anos 1970 e abrir caminho para bandas como Titãs, IRA!, Ultraje a Rigor e Kid Abelha na WEA dos anos 1980, o executivo era presidente da Warner na América Latina no início da década de 1990. O primeiro disco do rosarino na nova gravadora, Tercer Mundo, até que foi bem (com a balada contagiante “Y Dale Alegria a Mi Corazón”), mas não produziu o efeito esperado. Fito insistiu, insistiu, até que conseguiu um papo com Midani – que lhe deu carta branca e orçamento vasto para produzir o disco com que sonhava.
E Fito o fez não só num momento pessoal muito especial, no início do namoro com a atriz Cecília Roth, como também tratou de usar o trabalho para prestar homenagem a muitos mestres e contemporâneos, convidando-os para compor o álbum. A ficha técnica de El amor, vale dizer, é praticamente um mapa de exploração do rock/pop argentino, incluindo Charly, Spinetta, Andrés Calamaro, Mercedes Sosa e até um sampler do sodastereo Gustavo Cerati. (De quebra, ainda tem Osvaldo Fattoruso, uruguaio que tocava na pioneiríssima e psicodélica banda Los Shakers – e fica aqui a dica pra você ouvir o obscuro clássico La conferencia secreta del Toto's Bar). Apesar disso tudo, El Amor passa longe de ser um disco como Supernatural, de Santana: é um disco de um compositor mais que afiado, mesmo com seus 62 minutos de longa duração, preenchendo um CD quase à totalidade.
Tudo começa na faixa título, um empolgante manifesto de cinco minutos, que nasce como simples balada e estoura em canção de arena, ao melhor espírito de músicas como “Movin’ On Up”, “Freedom” ou “You Can’t Always Get What You Want”. Dividido entre o amor que se foi e o amor que nasce (o “amor depois do amor”, sacou?), Fito compõe um daqueles motivos tão simples quanto belos, prontos para serem cantados por um estádio: “nadie puede y nadie debe vivir sin amor”. Bonito, né? E se eu te contar que vi o estádio inteiro do Vélez Sarsfield cantando exatamente esse refrão, tal qual torcida de futebol, no ano passado, você acredita? Às vezes a gente dá sorte na vida – e foi emocionante demais ver todo o estádio do Vélez Sarsfield entoar esses versos na abertura do show que comemorava justamente os 30 anos de El Amor Después del Amor, em abril passado.
Claro que é movido pela nostalgia que escrevo esse texto. Não é à toa: ao longo dos 20 dias em que fiquei em Buenos Aires, cada uma das faixas do disco foi se abrindo no meu coração. Algumas relações são fáceis de entender: era a segunda vez que eu viajava com a
e, sendo assim, não era difícil embalar nossas cenas na cidade ao som de “Un vestido y un amor”, outra das composições irretocáveis de Fito – ao descrever o que é se apaixonar, ele desvela belas cenas até chegar no verso cume “te vi, yo no buscaba a nadie y te vi”. (É um pouco também a minha história com a Anna: depois de passar anos tentando paquerá-la no Twitter, eu já não acreditava em mais nada quando ela apareceu na minha caixa de mensagens diretas dizendo que não fosse a pandemia, já teria me chamado pra uma cerveja. O resto é história.)Da mesma forma, meus passeios pelas lojas de disco da cidade, procurando por este vinil e muitos outros também foram embalados pela celebração inocente e roqueira de “La Rueda Mágica”, uma parceria de Páez com Charly García, que também aparece nos backing vocals ao lado de Andrés Calamaro. Isso pra não falar na energia de aventura e diversão que toda viagem de férias costuma ter e também está presente em “Dos Días En La Vida” ou em “A Rodar Mi Vida”, um dos momentos mais divertidos do show no Vélez, com a participação especialíssima de David Lebon, guitarrista que tocou nos míticos Pescado Rabioso e Serú Girán.
Nem tudo, porém, foi fácil naquela viagem. Foi o primeiro momento em que consegui parar para processar o luto pela morte da minha tia – e não só pela correria dos meses anteriores, mas também porque foi dela um dos melhores exemplos que tive sobre como era bom botar uma mala nas mãos e sair correndo o mundo. Eu também estava ali encerrando meu primeiro ano como freelancer, e se por um lado estava tudo bem até então, do outro uma dúvida percorria a minha cabeça. Era algo tal como escreveu Rubem Fonseca em “Madona”, um dos meus contos favoritos da vida: “o ruim do mundo eu ainda não tinha visto, mas faltava pouco, muito pouco, para que isso acontecesse”. Um sentimento que ecoava muito bem a angústia que eu percebia na voz Fito em “Tumbas de la Gloria”, uma das faixas mais marcantes de El Amor.
Enquanto eu processava o luto e o medo do futuro, eu também precisava acolher o medo e o luto da Anna Vitória: poucos dias antes dela embarcar pra me encontrar em Buenos Aires, enquanto eu estava em Montevidéu, o avô dela entrou na UTI. E o que era para ter sido uma viagem de casal brincando de ser nômade digital (eu sei, eu sei) foi atravessado por boletins médicos, crises de ansiedade e alguns dias em que sair de casa era mais difícil do que parecia. A própria viagem foi interrompida antes do esperado: três dias antes do previsto, Anna embarcou pra casa para dar um último beijo de batom vermelho na testa do avô e eu fiquei sozinho em Buenos Aires, sem nem saber muito o que fazer ou por onde andar com um roteiro que eu não queria fazer sem ninguém pra dar as mãos.
Naqueles dias confusos, Fito também foi meu melhor amigo: em “Brillante sobre el mic”, ele fala de “lembranças que não vão se apagar, pessoas que não vão se esquecer, aromas que eu quero levar” – e quase posso sentir as lágrimas molhando meu rosto enquanto eu andava a esmo pelas avenidas de Palermo e Villa Crespo, num daqueles dias de sol com um vento gelado cortando a garganta. Em dias de medo e desconfiança no futuro, era naquela melodia linda que eu achava algum otimismo para seguir em frente – afinal, se Fito conseguia olhar para o fim de seu casamento com Fabiana Cantillo com uma música tão bonita, eu seria capaz de quase qualquer coisa. “El tiempo, Fabi, nos ayuda a olvidar”, diz o cantor. É verdade: quando penso em Buenos Aires, hoje lembro de vermutes, balcões e das aventuras que vivemos, eu e Anna, por lá; lembro de dias gostosos e comida boa, de garimpar discos sem me preocupar muito, e não dessas coisas tristes dos últimos dois ou três parágrafos.
Lembro bem do Cynar Pomelo que tomei no Varela Varelita, meu bar favorito de Buenos Aires, numa experiência que me impactou tanto que eu até precisei escrever uma reflexão sobre ela aqui na newsletter. Não é um drink difícil de fazer: basta misturar o amaro de alcachofra, disponível em qualquer boteco, com refrigerante de toranja (ou pomelo, como diriam nossos hermanos), na proporção que você mais gostar. É uma disputa entre o amargo do Cynar e a doçura (ainda que moderada) do refrigerante, em que o lado mais grave não se esconde, mas o resultado final lembra que a vida é doce. Da mesma forma é El Amor Después del Amor, um disco cheio de canções bonitas, composto por um homem descobrindo o amor depois de terminar um casamento e se reerguer de um trauma.
Naqueles dias esquisitos “sem Anna Vitória” em Buenos Aires, acabei encontrando meu primo que mora na Irlanda para uma cerveja em Puerto Madero. Há poucas semanas, no meio de março, ele passou de novo pelo Brasil, e entre uma caipirinha e a deliciosa feijoada da minha mãe, me perguntou sobre coisas que comentei naquela noite portenha… e que eu nem lembrava mais. Achei a coincidência curiosa: será que viver é sempre estar preocupado com algo que, daqui a um ano, talvez nem seja algo tão sério assim? Nesse ano que passou, transformei o luto da minha tia em uma saudade gostosa, que às vezes aperta fundo – da mesma forma que sinto que a Anna faz com o avô dela quando tomamos uma caipirinha, a especialidade dele ao balcão. E acho que tenho mais certeza do que nunca que gosto da vida como freelancer e quero permanecer nela, apesar dos desafios diários.
Não que meus problemas estejam todos resolvidos, pelo contrário. Estou um bocado preocupado com a minha saúde e buscando formas de me cuidar, sem perder a alegria de comer e beber bem. Às vezes, tenho medo de não dar conta de tudo que eu quero fazer. Tenho medo também de não dar conta de viver em meio a tantas ondas de calor – e se hoje está assim, o que vai ser daqui a 5 ou 10 anos? Quando penso em política, meus neurônios até fervem, com receio de que fantasmas que há muito deviam estar enterrados possam voltar. Frequentemente penso em torrar todo meu dinheiro e fugir do radar do resto do mundo, numa espiral de pensamentos meio maluca. Mas há momentos em que encontro algo sublime, que me faz querer continuar.
Meu last.fm (olá, 2008, é você por aqui?) não me deixa mentir: Fito Páez foi o artista que mais escutei nos últimos 365 dias. Só deste El Amor Después del Amor, foram mais de 170 plays – quase o mesmo número de execuções do segundo artista que mais ouvi, a banda fluminense The Cigarettes. Acho que tenho um bom motivo: ouvindo Fito, não só me conecto com o rock argentino ou me lembro de uma viagem cheia de bons momentos. Eu também lembro que a vida é boa apesar dos pesares, não necessariamente quando a gente só aposta no que pode dar certo. Depois desse texto, talvez também consiga me recordar mais facilmente que o problema de hoje é a boa história de amanhã, ganhando mais um motivo pra seguir em frente. Às vezes, basta uma melodia contagiante para isso – e se todos os refrães desse disco não forem suficientes, vou pegar ainda emprestado um último verso de Fito: y dale alegria a mi corazón, afuera se irán la pena y el dolor.
A Receita
60 ml de Cynar
140 ml de Schweppes Citrus (ou outro refrigerante Citrus à sua escolha)
bitter de laranja a gosto (opcional)
Assim como o Gin and Coke, o Fernet con Coca, o Scotch and Soda e o Hi-Fi, ou mesmo numa Gim-Tônica sem qualquer aditivo, o Cynar Pomelo também é um highball. O que quer dizer isso? Que ele é um drink que leva a fórmula de “álcool base” + “bebida gaseificada”, aqui representadas pelo Cynar (um bitter com base em alcachofra, de origem italiana) e o Pomelo – o nome dado pelos argentinos para a toranja, aquela prima meio esquisita da laranja que é difícil de achar no mercado. Lá, Pomelo é um sabor de refrigerante, e é justamente ele que entra na combinação com o Cynar para formar esse highball.
Como refrigerante de toranja não é uma coisa fácil de achar no Brasil, proponho uma adaptação simples: adotar seu primo próximo, um refrigerante de sabores cítricos como a Schweppes Citrus. O resultado vai ser um pouco mais doce do que o original, mas para contornar esse dulçor adicional, podem ir bem algumas gotinhas (a gosto do ou da conviva) de bitter de laranja – como a Angostura Orange ou o bitter de laranja do pessoal da Enraízes, que usei nesta versão.
Daí, fazer o Cynar Pomelo é simples: basta pegar um copo alto (não à toa, chamado de highball), colocar bastante gelo e distribuir na sua proporção favorita. A minha, após alguns testes para esta newsletter, foi a de 3 partes de álcool para 7 de refrigerante (ou 3:7). Se você achar muito doce, pode colocar mais álcool. Se achar pouco doce, pode colocar mais refrigerante, até que ache a perfeição. E eu recomendo que, após colocar as duas bebidas, você misture levemente com ajuda de uma bailarina, para uma integração melhor dos sabores. Faz toda a diferença – ainda que o garçom maroto do Varela Varelita não tenha sugerido isso pra mim. Nem precisava: com aquelas empanadas de queijo & cebola, tudo estava perfeito. ¡Salud, amigos!
Reclames da Semana
No Programa de Indie, agora em voo solo, eu e Igor Muller passeamos pelas últimas novidades da música alternativa… e também demos um mergulho profundo em 1984, um ano pivotal para o mundo indie – além das estreias de Smiths, Nick Cave e Ratos de Porão, tem discaços de Hüsker Dü, Replacements e muito mais.
Lá no site da família indie brasileira, o Scream & Yell, eu bati bastante cartão nas últimas semanas.
Eu bati um papo rápido com o Jair Naves, esquentando pro show dele no C6;
Escrevi um pequeno tratado sobre a volta d’O Terno aos palcos após 5 anos;
Também tracei umas linhas sobre o show solo do Ale Sater (Terno Rei) em SP;
e por fim, eu e Igor publicamos a versão texto do papo com o Jack Antonoff;
Em Cajuína, tem uma matéria bem bacana falando sobre empresas que contratam refugiados – sabia que tem mais de 700 mil pessoas refugiadas no Brasil hoje em dia? Pois é, eu também não sabia.
Além disso, tem vídeos do show do Terno (um excelente reencontro com Tim Bernardes, diga-se de passagem) e do Ale Sater no canal do YouTube, viu?
Nadie puede, y nadie debe, vivir sin amor. Isso aqui é tão bonito que devia ser a regra número 0 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em espanhol mesmo, claro.
Um abraço,
Bruno Capelas
PS: Este texto foi escrito na minha cabeça durante muitas semanas ao longo do último ano, sempre ao som de El Amor Después del Amor, o disco original de 1992. E também dos vídeos do show que vi no estádio do Vélez Sarsfield e da apresentação de 1993 (tem uma aqui no texto!). Ou de EADDA9223, autotributo lançado por Fito no ano passado com novas versões pro mesmo repertório – no lugar de Spinetta em “Pétalo de Sal”, tem Chico Buarque, além de participações de gente como Elvis Costello, Marisa Monte ou nosso querido Conociendo Rusia.
PS2: Muito deste texto também foi inspirado pela série Amor e Música (no original, El Amor Después del Amor, claro), que conta a história de Fito entre a infância, a juventude e a concepção deste disco. Tá lá na Netflix, e mesmo sendo romanceada, é bem bacana para ajudar a quem quiser se introduzir na obra de Fito. Se você está nesse clube, aproveito aqui pra deixar outras duas sugestões: vai dar uma escutada em Euforia, disco ao vivo dos anos 1990 cheio de versões delicadas (a de “11 y 6” me arregaça o coração toda vez que ouço), e Giros, álbum dos anos 1980 que tá cheio de petardos maravilhosos.
PS3: É de Fito também, esqueci de dizer, uma das minhas músicas favoritas da carreira dos Paralamas: “El Vampiro Bajo El Sol”, lançada no excelente Severino, que completa 30 anos de história nesse abril de 2024. Além de Fito, outro ilustre convidado embeleza “Vampiro”: um solo de guitarra magistral de Brian May – ele mesmo, o do Queen. Esse vídeo com os bastidores é imperdível, mas deixo aqui uma versão ao vivo com os Paralamas e o Fito dividindo vocais, coisa de louco.
PS4: Eu falei rapidamente de André Midani por aqui, e eis uma figura da qual preciso voltar a falar no futuro próximo nessa newsletter. Por agora, deixo vocês apenas com a sugestão de ler Música, ídolos e poder: do vinil ao download, autobiografia dele mesmo cheia de causos bons da música brasileira.
PS5: Sei que é mais uma vez que falo de música argentina aqui e ainda nem sequer encostei no Charly García. Prometo que vai chegar logo essa vez, meus amigos. E também a vez de Gustavo Cerati e o Soda Stereo. Sinto que tenho essa dívida com ambos.
PS6, e último, prometo: É legal demais ter finalmente chegado a 50 discos harmonizados nessa newsletter. Qual seu favorito, hein? Enquanto isso, só me resta dizer: ¡y vamos por más!
Poxa, de repente essa se tornou minha edição favorita!
Já vou testar o Cynar Pomelo esse fim de semana.