Diário de Viagem: 13 lugares para beber (e comer!) bem em Porto Alegre
“Bares são frequentemente usados por desatenção, por briga ou diversão”: uma lista de botecos, restaurantes, lancherias e outros quetais numa das cidades mais legais do Brasil

Fazia muito tempo que eu não ia a Porto Alegre – uma das capitais mais legais do Brasil, que frequentei bastante por namorar uma gaúcha entre 2014 e 2017. Desde então, eu não pousava pelo paralelo 30, mas pude matar as saudades há duas semanas. A desculpa oficial era ver o show de retorno da Superguidis, uma das bandas mais importantes da história da música independente brasileira (e um dos grupos que eu mais ouvi na vida, algo que o last.fm não me deixa mentir, colocando-os em quinto lugar).
Mas a verdade é que eu tinha muita coisa para ver em Porto Alegre: eu tinha que comer xis-coração, tomar suco na Lancheria do Parque, comer espeto corrido no Giovanaz, ver o pôr do sol na Orla do Guaíba e lembrar de tanta coisa que eu gosto que veio do Sul. (A lista é mais ou menos interminável, mas começa com Elis Regina, Bidê ou Balde e Erico Verissimo, passa por Graforréia Xilarmônica e André Takeda e desemboca na Supervão, banda que eu entrevistei recentemente pro Scream & Yell e ainda não publiquei o papo…). Mais que isso, eu tinha grandes amigos pra ver e muita coisa boa para beber e comer.
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Sim, comer: é por isso que este guia tem uma cara um pouco diferente dos Guias de Bares que escrevi até aqui: além de bons lugares para tomar uns tragos, umas cervejas e ótimos drinks, porque “bares são frequentemente usados por desatenção, por briga ou diversão”, também precisei elencar restaurantes e pontos de parada para fazer a barriga feliz. São dicas que eu dou para qualquer pessoa que vai a Porto Alegre e que me fizeram comprar a passagem de avião mesmo quando a Superguidis confirmou um show em São Paulo também.
Eu espero de coração que vocês gostem, porque foi um desafio ir em tanto lugar em apenas cinco dias de viagem – como todo guia que escrevo aqui, vale dizer que não é uma lista “dos melhores”, mas sim de lugares que recomendo a todo mundo. Ainda tenho muita coisa para dizer sobre Porto Alegre (e devo escrever uma newsletter só sobre isso em breve), mas por agora… bota o Kleiton e Kledir pra rodar no fone e vem comigo. Ah, e se o email estourar o tamanho, lembra de clicar no aviso pra ler tudo até o final.
Dirty Old Man
Bons entendedores talvez já tenham sacado só de ler o nome do bar, mas lá vai: Dirty Old Man é uma homenagem a Charles Bukowski – um daqueles escritores que ganharam fama de maldito não (só) pela sua escrita, mas também pelo séquito que atraiu ao longo dos tempos. Gostar de Bukowski parecia mais legal em outra época (ainda que eu guarde ótimas lembranças de Cartas na Rua e Misto Quente). E é dessa época que nasceu um já veterano bar da Cidade Baixa, com direito a tudo aquilo que você pode imaginar: comida de pub, luz baixa, chope e muitos drinks a preços acessíveis.
Nas minhas primeiras idas a Porto Alegre, guardei boas memórias de lá, a despeito de ter quase encerrado um namoro numa das mesas, no mesmo fatídico dia em que Fátima Bernardes e William Bonner anunciaram seu divórcio. O retorno também teve bons momentos: uma grande conversa com a Janaína Azevedo Lopes, um belo drink (o Campero, uma Negroni com base em cachaça infusionada em guaco, bom pra limpar a garganta, R$ 29) e um encontro aleatório com o mestre Frank Jorge, responsável por grandes canções da minha vida, como “Eu”, “Nunca Diga”, “Literatura Brasileira” e o verdadeiro hino gaúcho, “Amigo Punk”. E por mais que você possa torcer o nariz para o velho safado, espero que concorde que não dá pra desprezar um bar em que isso acontece.
R. Gen. Lima e Silva, 956 - Cidade Baixa
Instagram: @dirtyoldmanbar
Mocambo
“Um lugar pra tomar ceva que eu amo é o Mocambo, bar da cervejaria Implicantes. A Brown IPA deles eu tenho vontade até de passar no sovaco de tão boa”. Essa foi a direção que o Andrio Maquenzi, vocalista da Superguidis e cervejeiro caseiro, me deu quando pedi dicas para beber cerveja boa em Porto Alegre. Ele é um homem de palavra: enquanto eu visitava o bar, antes do show dos Guidis, ele apareceu lá para pegar dois growlers da Brown IPA – na verdade, uma American Brown Ale que recebe doses cavalares de lúpulo para ficar gostosa demais.
Mas a carta do Mocambo não fica só na queridinha Brown IPA: tem uma excelente Pilsen e uma boa Juicy IPA, além de contar com a colaboração de outras cervejarias locais. Se você for cervejófilo, não hesite em puxar um papo com o Marcelo, um dos sócios do local – devo ter ficado uma meia hora enchendo o saco dele falando de estilos, pedindo dicas e perguntando sobre a história da cervejaria, que tem no orgulho negro e no antirracismo uma de suas principais marcas. O mural bonitão da Elza Soares e os rótulos inspirados em gente como Pelé e Luiz Gama não deixam dúvidas do que eu tô falando.
R. Joaquim Nabuco, 46 - Cidade Baixa
Instagram: @mocambopoa
Mambembe
Não foi só no Mocambo, porém, que eu fui feliz bebendo cerveja em Porto Alegre. Andando pela Cidade Baixa, entre uma e outra ida ao Zaffari (sem acento!) para abastecer o quarto de hotel, descobri o Mambembe, um bar que fica no meio de uma praça de alimentação ao ar livre a poucos metros do supermercado do esquilo. À primeira vista, ele pode parecer um bar extremamente jovem, especialmente durante as noites de sexta e sábado, quando o local fica apinhado de gente. Mas a verdade é que o Mambembe tem uma bela lousa para quem quiser provar boas cervejarias locais.
Parei ali porque queria muito experimentar as criações da Zapata, cervejaria rural com base em Viamão, na Grande Porto Alegre, que eu tinha entrevistado para a reportagem da piauí sobre a cerveja Manipueira. Não tinha nada tão ousado ou selvagem, mas tomei uma boa Czech Lager e uma inventiva Porter com Menta deles. Além disso, experimentei uma boa fruit beer com base de bergamota (ou mexerica, para os paulistas) da Mutt. Só não bebi mais porque eu tinha um sábado inteiro para percorrer pela cidade (ao todo foram 18km de caminhada, caso você esteja curioso).
R. Gen. Lima e Silva, 594 - Cidade Baixa
Instagram: @mambembecervejasartesanais
Macuco
No meio desses 18 quilômetros de caminhada, entre discos de vinil, monumentos e selfies na Orla do Guaíba, também me deparei com outra boa cervejaria: a Macuco, baseada ali no Centro Histórico. Fundada por mulheres (“cerveja das gurias”, diz a placa em arco-íris na sede), a cervejaria tem um bar pequeno mas aconchegante, com direito a parklet e cadeirinha de praia na porta. Foi um ótimo lugar para repousar os pés no meio da caminhada e tomar cervejas a preços acessíveis.
Tomei três: uma IPA, uma Lager e uma Lager de Bergamota (olha ela aí de novo), com chopp de 300 ml nunca passando dos R$ 13. Queria até provar mais, mas o pessoal ainda está se reerguendo depois da enchente de maio de 2024 – o local não chegou a encher, mas as constantes variações na rede elétrica afetaram os equipamentos. Além do apoio e da boa cerveja, vale o incentivo para a visita: em um meio ainda muito marcado por machismo, o ambiente da Macuco foi um dos lugares mais acessíveis que eu vi nos últimos tempos.
Rua General Auto, 267 - Centro Histórico
Instagram: @cervejamacuco
Olivos 657
Sabe quando você entra em um lugar e já se identifica de cara? Foi isso o que rolou comigo e com o Olivos. É uma soma de fatores: a luz baixa, mas presente; a decoração cheia de bugigangas e quinquilharias, o serviço amistoso, a carta cheia de referências ao Brasil, ao Cone Sul, à Ásia, aos EUA e à Península Ibérica. Não posso deixar de falar da identidade visual: o bebê gordinho que aparece na capa do cardápio de comidas ficou girando na minha cabeça por uns dias, como provocação para voltar lá e comer mais. E que bela comida: o Olivos foi o primeiro lugar fora de Portugal em que não só encontrei francesinha (a versão ogra do croque monsieur, com bife, linguiça, presunto, ovo, queijo, molho e batata frita), mas também uma francesinha digna de se comer.
Mas não foi só: o que bebi também me arrebatou. Comecei com o Tarzan (gim, Campari, limão, abacaxi e soda, mostrando que amaros e abacaxi combinam, R$ 34), avancei pelo Caldi Canha (um delicioso sour brincando de highball, com cachaça, xarope de cola, limão tahiti e clara de ovo, R$ 34) e encerrei a noite, sob sugestão da bartender, com o maravilhoso Pingado (rum, café e laranja, clarificados no leite de coco, com rapadura, R$ 36). Tô até agora pensando nele.
R. da República 657 - Cidade Baixa
Instagram: @olivos657
Zanza
Toda vez que vou a uma cidade nova e tento descobrir bares legais, não raro alguns argumentos saltam aos olhos na hora de decidir quais vou visitar. O Zanza me chamou a atenção não só pela “vibe” uruguaia, mas também por produzir seu próprio vermute – bebida que, desde a visita à Espanha em 2022, tomou meu coração de assalto. E foi movido pela sugestão do vinho fortificado que eu zanzei pelas ruas do Bom Fim, o mítico bar da boemia porto-alegrense dos anos 1980 em diante (“alô tchurma do Bom Fim”, sempre ecoa na cabeça o Kleiton e o Kledir cantando).
Da carta, não tenho o que reclamar: o vermute com soda que bebi estava delicioso, bem como o Cádiz (vodka, triple sec, vermute seco, chá verde, limão siciliano, hortelã e albumina, R$ 28), um coquetel refrescante, aromático e cheio de camadas. Mas a experiência foi dúbia: em vez de beber no balcão ou numa mesa, o bar lotado me fez beber de pé na rua – como muita gente decidiu fazer por ali, à moda carioca, em uma atmosfera que exala flerte, paquera e azaração. Eu preferia ter sentado para comer algo bacana, mas se você está indo para Porto Alegre a negócios e quer ver gente bonita (ainda que levemente patricinha), vale a pena zanzar pelo Zanza.
Rua Vasco da Gama, 270 - Bom Fim
Instagram: @zanza.poa
Lola CCMQ
Confesso que tenho uma boa desconfiança com bares gourmet que aparecem em pontos turísticos importantes. Digo mais: não fosse o sol forte, talvez eu nem tivesse parado no Lola, bar que ocupa o sétimo andar da incrível Casa de Cultura Mario Quintana, para tomar um negocinho. Ainda bem, devo dizer: além da bela vista do Guaíba e do alto astral do antigo Hotel Majestic, que foi casa do poeta passarinheiro nos anos 1970, transformado hoje no centro cultural mais bacana de Porto Alegre, bebi bem e fui feliz por ali.
Dentre as opções do menu, pedi o Scarface (brandy, limão siciliano, xarope de gengibre e baunilha, R$ 36), que me ganhou por seu parentesco com o Sidecar – um dos drinks favoritos da casa. Mas confesso que quase pedi o Cosminho (uma versão gaudéria do Cosmopolitan, com suco de uva no lugar do cranberry). E só não comi umas tapas porque havia acabado de traçar uma massa no Atelier de Massas (mais, logo abaixo). Vale demais a visita, nem que seja pra ficar desenhando com lápis de cor no jogo americano de papel e ganhando fôlego para visitar um lugar que guarda coisas legais como o Quarto do Poeta ou o Memorial Elis Regina.
R. dos Andradas, 736, 7º andar - Centro Histórico
Instagram: @lolaccmq
Lancheria do Parque
Entre o mito e a lenda, que imprima-se a lenda – e aqui, a lenda tem um gosto delicioso de suco natural. Fundada nos anos 1980, a Lancheria do Parque é um dos lugares icônicos do Bom Fim: de frente para o Parque da Redenção (também chamado de Parque Farroupilha), ela tem bons PFs, pastéis, um xis-coração bem competente (que durante anos foi meu favorito, mas confesso que caiu no conceito com a utilização excessiva de maionese industrial) e uma atmosfera gloriosa de lanchonete que parou no tempo.
Mas o grande destaque da Lanchera, como muita gente chama a casa, são mesmo os sucos – que impressionam não só pelo sabor, mas também pelo tamanho. Eles chegam à mesa em uma jarra de 1 litro, acompanhados de um copo, por valores que giram entre R$ 15 e nunca ultrapassam os R$ 20. É uma ótima pedida não só para conhecer um lugar icônico, mas também para acompanhar um passeio pelo Mercado do Bom Fim, pelo Brique da Redenção, e claro, pelo icônico Parque da Redenção. Além disso, vale aproveitar: saindo da Lanchera, você está na direção certa para cumprir a instrução do hino “Amigo Punk”: “pega a chinoca, monta no cavalo e desbrava essa coxilha/atravessa a Oswaldo Aranha e entra no Parque Farroupilha.”
Av. Oswaldo Aranha, 1086 - Bom Fim
Instagram: @lancheriadoparqueoficial
Papa Lanches
Perguntar a um gaúcho qual é o seu xis favorito é o tipo de pergunta que não se faz – o debate pode durar horas, em discussões tão bizantinas quanto definir qual é o melhor disco dos Beatles. Antes de avançar, porém, calma: um xis-coração é um lanche que parece um hambúrguer de interior, com pão grandão, mas em vez do disco de carne tem… coração de galinha. E existem vários sabores de xis, com diferentes proteínas, mas no meu coração só mesmo o de coração.
Verdade é que, desalojado da minha resposta convencional que meu xis favorito era o da Lancheria do Parque, acabei elegendo um novo favorito em meio à calada da noite: o Papa Lanches. Não é que eu tenha provado tantos xis assim nessa última viagem. Mas o Papa Lanches, tal como diria aquela canção da Superguidis, me ganhou quando sorriu pra mim. E ele sorriu não uma, mas duas vezes.
Primeiro, na madrugada de sábado para domingo, foi o amigo certo das horas incertas ao prover cerveja barata lá pelas 5h da madrugada, num horário em que a vida noturna muitas vezes já foi dormir há tempos. Depois, no after do show do Superguidis, foi um grande pouso para boas cervejas com a Janaína e a Luiza Padilha, além de um excelente xis-coração com batatas fritas. Se me perguntarem, não sei se digo que o Papa é de fato meu novo favorito. Mas ter alguém que te abre a porta com tanto carinho no meio da madrugada é sempre algo para se lembrar.
Rua João Alfredo, 353 - Cidade Baixa
Instagram: não tem
Atelier de Massas
Sei que muita gente pensa em Porto Alegre e o cérebro já fala de churrasco. Calma, já vou chegar lá. Mas antes, preciso passar pelo Atelier de Massas, um lugar tão curioso quanto gostoso de ir. Antes de tudo, que se explique o nome: além de servir massas, antepastos e outros pratos de inspiração italiana, como uma boa cantina, o lugar também hospeda uma porção de obras de arte – feitas pelo fundador, o chef Gelson Radaelli. Não é à toa, portanto, que o lugar ganha o subtítulo de “um artista na cozinha”.
Funcionando de segunda a sábado, o Atelier de Massas é aquilo que se espera de uma boa cantina: tem pratos generosos, boas bebidas e garçons que te tratam como se você estivesse em casa. É um lugar que faço questão de ir toda vez que vou em Porto Alegre – dessa vez, comi um tortei de abóbora com molho de quatro queijos. Lá fora fazia um calor de mais de 30 graus, mas eu nem liguei de tão gostosa que estava a massa. Espero que aconteça o mesmo com você.
R. Riachuelo, 1482 - Centro Histórico
Instagram: @atelier.de.massas
Giovanaz

Lembro exatamente da primeira vez que fui à Churrascaria Giovanaz, lá para 2015 ou 2016: eu já havia me enfastiado de comer pedaços e mais pedaços de vazio e de coração de galinha, quando o garçom passou do meu lado oferecendo mais uma casquinha mal passada desse corte maravilhoso que é primo da fraldinha. Eu relutei e disse: “O que é que eu vou dizer lá em casa?”. Ao que o professor respondeu, de bate-pronto: “Que tu comeu bem, ué”.
A história vale para explicar o mito em torno do Giovanaz, que cresceu ao longo das décadas com a fama de um espeto corrido (o nosso rodízio) dos 3B: bom, barato e bastante. Hoje ele não é exatamente mais tão barato (R$ 92 por cabeça, pareando com o preço de churrascarias em SP), mas segue sendo bom e farto. É a minha indicação de cabeceira quando alguém pede uma dica de onde comer carne em Porto Alegre, mas vale o aviso: não espere cortes extravagantes nem grandes arroubos. Aqui, o negócio é comer vazio, maminha, polenta, linguiça (leia-se “salsichão”), a excelente maionese e muito coração de galinha como se não houvesse amanhã. E na verdade, não há mesmo.
Av. Venâncio Aires, 10 - Cidade Baixa
Instagram: não tem
Sabor de Luna
A princípio, o Sabor de Luna não estava na minha rota – ele foi uma sugestão do grande André Pase para um último almoço antes de zarpar para o aeroporto. Mas ele veio bem a calhar nessa lista: de digna inspiração uruguaia, o Sabor de Luna é o tipo de lugar que eu adoraria frequentar em São Paulo. Com decoração que remete ao Parador La Huella, estrelado restaurante do litoral uruguaio em José Ignacio, o Sabor de Luna tem bons drinks em sua carta – provei o Montevideo Tonic (um gim tônica que também leva limonada, por R$ 28), e fiquei curioso pelo Casa Pueblo (com limão, laranja, gim, grappamiel e hortelã, que não provei mas parecia cheio de potencial), além de salivar por versões de Fernet Cola e Cuba Libre.
Mais que bons drinks, porém, o Sabor de Luna tem um menu perfeito para quem precisa matar as saudades de Montevidéu: tem medialunas, carne, chivito e um ótimo menu executivo, do qual comi um bom entrecot com salada, fritas e chimichurri. E reserve espaço na barriga para os excelentes alfajores. Além de versões tradicionais, com chocolate e maizena, eles têm um muito especial chamado Chococo – de um lado, bolacha tradicional com cobertura de chocolate, do outro, uma espécie de queijadinha, com recheio de doce de leite. A melhor notícia: dá não só para comer no local como também levar para casa (e estou comendo os meus até agora, viu).
R. Dr. Freire Alemão, 310 - Mont'Serrat
Instagram: @sabordeluna
Síndico Café
Para encerrar a fatura depois de tanta comilança, só mesmo com um café dos bons. E o Síndico Café, localizado estrategicamente entre a Casa de Cultura Mario Quintana e a orla do Guaíba – numa caminhada perfeita pós-digestão, pré-pôr-do-sol –, cumpre essa tarefa com louvor. Com um balcão generoso detrás de uma porta de correr, o lugar esconde um dos coados mais gostosos que eu tomei nos últimos anos, com acidez no ponto certo e copão cheio (R$ 9).
Não é só: também comi um belo cookie (R$ 12) no local, cujo nome homenageia obviamente o grande Tim Maia. Fiquei também com vontade de voltar para comer o pão de queijo e os queijos quentes, embora não tenha dado tempo. E ainda aproveitei pra sacar que o lugar tinha altos cartazes de shows que iam rolar na cidade em breve, o que é sempre uma boa dica para quem viaja sem grandes programações. Baita dica do parceiro Alejandro Mercado, d’A Escotilha.
Rua dos Andradas, 419 - Centro Histórico
Instagram: @sindicocafe
Reclames da Quinzena
No Programa de Indie, três grandes programas: um com as novidades de março, um papo incrível com a Superguidis sobre os shows de retorno (vem mais por aí!) e uma palestrinha de mais de duas horas comigo e Igor Muller falando sobre The Bends, o primeiro grande disco da carreira do Radiohead.
No Scream & Yell, tem também meu review do divertidíssimo bailão do ruivão Mick Hucknall, do Simply Red, em um show lotado no Allianz Parque.
Em Cajuína, publiquei recentemente uma entrevista bacana com a Renata Rivetti, da Reconnect, falando sobre a importância da felicidade corporativa e do bem-estar. Pode parecer utopia, mas é um lance que muita gente precisa pensar sobre.
Na Exame, a convite da Juliana Pio, escrevi uma matéria sobre como os varejistas e indústrias estão cada vez mais olhando para a chamada geração prateada, acima dos 60 anos e dona de um poder de compra robusto. Cola lá.
Pra fechar a conta, no canal do YouTube tem uma porção de vídeos das últimas semanas: os dois shows da volta do Superguidis, o Simply Red, o Império da Lã de Carlinhos Carneiro fazendo festa em Porto Alegre e até singelas contribuições da minha correspondente no Lollapalooza, Beatriz Capelas.
No mais, vamo dale – e quem não dale que também não desdale!
Um abraço,
Bruno Capelas
PS: Este texto foi escrito ao som dos três discos da Superguidis, como não poderia deixar de ser. Também foi inspirado por várias audições de O Papa é Pop, do Engenheiros do Hawaii, e Hi-Fi, do Nei Lisboa, ao longo dos últimos dias.
PS2: Além das dicas publicadas aqui sobre bares e restaurantes, tenho mais algumas para repassar sobre Porto Alegre. Para quem for comprar discos, recomendo demais a Toca do Disco, no Bom Fim, com bons preços e um acervo compreensível. Vale também fuçar a Boca do Disco, entre a Cidade Baixa e o Centro Histórico, mas ali achei os preços mais salgados.
PS3: Em termos de rolês, é difícil não fugir de algumas obviedades: a Casa de Cultura Mario Quintana, a orla do Guaíba no fim de tarde, o Brique da Redenção no domingo de manhã com sua feirinha de artesanato e antiguidades e checar a programação de Ocidente, Opinião, Theatro São Pedro e Araújo Vianna para bons shows. Gostei muito também do Memorial Erico Verissimo, no centro da cidade, e deixo sempre a dica da Fundação Iberê Camargo, já na zona sul. Não consegui ver dessa vez, porque estava fechada para a Bienal do Mercosul, bem como os vários museus de arte da cidade (MARGS, Farol Santander, MAC-RS). Perto do Theatro São Pedro, dá ainda pra tirar uma selfie com a estátua do Brizola, hehe. E como eu adoro um mercado, recomendo o Mercado Público, onde comi um bom sushi (?) e comprei uma cachacinha com butiá.
PS4: Aproveito ainda para deixar um abraço enorme para a porção de amigos que encontrei ao longo desses dias em Porto Alegre: as já citadas Janaína e Luiza, os supracitados Pase e Andrio, além dos mestres Carlinhos Carneiro, Alexandre Kumpinski e Rodrigo Fischmann. Foi buena onda demás. <3
PS5: É claro que essa saga riograndense não termina aqui. Se tudo der certo, vou escrever mais sobre esse rolê (e as coisas que eu pensei por lá) em breve. Me aguardem! Enquanto isso, aproveito ainda para pedir desculpas por pular uma semana, porque a viagem foi intensa a ponto de me deixar combalido na semana passada.
PS6: Por fim, mas não menos importante: obrigado demais aos assinantes pagos dessa newsletter, cuja contribuição ajuda a escrever guias como esses daqui. Obrigado demais <3
Gostei das dicas, pegou um pouco do espírito e da beberragem local.
Se permite, acrescentaria a Chica Parrilla com um dos locais mais interessantes para comer e beber em um domingo ensolarado, com mesinhas na rua e um bom entrecot regado à um tannat uruguaio.
e eu li "e comprei uma calcinha com sutiã" :-) Trilegal, meu filho nasceu lá e quando dá sempre volto