The Very Best of Greatest Hits da Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais…
Ou apenas uma seleção pessoal para marcar esse primeiro aniversário da newsletter, entre coquetéis, grandes álbuns, eleições, adolescência e o nosso reencontro com o Brasil
“Páááááá…”
Espera aí que ainda não é hora de cantar parabéns não, mas tá quase: na próxima quarta-feira, dia 5, a Meus Discos, Meus Drinks e Nada Mais comemora um ano de existência – a conta considera a publicação do primeiro texto oficial dessa newsletter, que mixou o Fruto Proibido da Rita Lee com o coquetel favorito de Carrie Bradshaw, o Cosmopolitan.
Antes de tudo, preciso dizer que fico realmente muito feliz de ter tanta gente (e tanta gente bacana!) me acompanhando nesse balcão. Obrigado, de coração. Um brinde!
A Meus Discos, Meus Drinks começou como um projeto pessoal de voltar a escrever de maneira mais leve, depois de dois burnouts, uma pandemia e muitos anos me dedicando à escrita de maneira profissional, preso em formatos, códigos e padrões específicos. Também foi uma frma de dar vazão à minha paixão pela música e minha curiosidade pela coquetelaria. Sei que posso ter cometido alguns impropérios inventando meus próprios drinks, mas talvez esse seja o único jeito de aprender – fazendo merda, claro. (Olhando em retrospecto, sei que a cachaça infusionada com erva mate não foi lá exatamente a melhor ideia, mas seguimos.)
Um ano depois, seguirei inventando moda – o drink de aniversário, que vai chegar nas caixas de entradas de vocês na próxima quinta-feira, tem um ingrediente inédito e inusitado. Mas espero ter entendido alguma coisa ou outra, e ter a companhia de vocês enquanto entendia ingredientes como vermute seco, bitter de laranja ou licor de café foi muito divertido.
Além disso, obrigado por estarem aqui enquanto a gente surtava com as eleições e sonhava com um Brasil melhor, chorava a morte dos nossos ídolos e vivia essa coisa doida simplesmente chamada vida. Confesso que não esperava dividir luto nem falar de como minha cabeça trovoa tão abertamente quando comecei a escrever aqui, nem lembrar algumas memórias muito específicas de adolescência com vocês. Foi uma grande jornada, e espero que esse bar não feche suas portas por muito tempo.
Efemérides fazem a gente ficar reflexivo – outro dia ouvi um papo de que a taxa de pedidos de demissão cresce quando a gente chega perto de fazer aniversário, achei uma estatística curiosa pra citar à mesa. No meu caso, vocês sabem, eu tenho certa tendência à nostalgia. E por isso separei, enquanto encho as bexigas e o bolo de aniversário resfria na geladeira, dez textos marcantes desse primeiro ano.
Sei que muita gente chegou à newsletter ao longo desse período, então é a oportunidade de ler pela primeira vez esses textos. Se você é um seguidor fiel dentro desses mil cento e tantos inscritos, pode ser a chance de reler algum texto que está entre seus favoritos – ou compartilhar com alguém que pode gostar dessa newsletter. Vou até deixar um botãozinho aqui embaixo, viu?
Dito tudo isso, vamos aos textos – junto com uma leve explicação porque eu decidi incluí-los nesse The Very Best of Greatest Hits da Meus Discos…. (Já reparou que apesar de Best of e Greatest Hits serem sinônimos, eles raramente significam as mesmas músicas? #reflexões). PS: Se o email estourar na sua caixa de entrada, é só clicar no “exibir toda a mensagem” ao final pra ler tudo direitinho, OK?
Escritos antes mesmo da newsletter existir no Substack, os dois primeiros textos da Meus Discos são dois artigos pelos quais eu tenho um enorme carinho. Acho que ambos conseguem um equilíbrio que nem sempre esteve disponível: a de falar de mim, da música e dos coquetéis em partes bem porcionadas nos textos. Além disso, como diria o filósofo Jardel, aí é “clássico é clássico e vice-versa”, né?
Ame ou odeie, é difícil negar que Los Hermanos e gim tônica fazem parte da história de quem tem entre 25 a 40 anos no Brasil. Foi difícil passar incólume a esses dois fenômenos – e ambos foram “droga de entrada” pra muita gente passar a substâncias mais pesadas. Acho um feliz acerto de harmonização – e deixo aqui como sugestão de complemento o programa especial que eu e Igor Muller fizemos sobre o Ventura no Programa de Indie recentemente.
Eu escrevi várias e várias vezes sobre as eleições do ano passado. Foi um período em que o medo e a esperança se misturaram muitas vezes – especialmente no período após o primeiro turno, em que o resultado de várias disputas deixou um gosto amargo na boca. Esses dois textos, porém, são os mais bonitos daquela época, ambos mostrando mais esperança do que qualquer outra coisa, com dois coquetéis de cachaça pra ninguém botar defeito.
Desde criança, eu sempre fui fã de Pelé – e vê-lo partir no final de 2022, depois de tanta emoção difícil no ano passado, foi dureza, ao mesmo tempo em que me fez pensar muito nas coisas bonitas que o Brasil produz. Embrigado pelo espírito da posse de Lula e também pensando aonde o Brasil é mais bonito (como na voz e no violão de João Gilberto), cometi uma homenagem a esses três grandes homens.
Tem muito drink clássico pra escrever sobre pela frente, mas eu sabia que não ia conseguir escapar de falar de Caipirinha aqui. A hora certa veio com um disco de Cartola e um lamento de fim de Carnaval.
Vez por outra, um drink toma de assalto as redes sociais – e no começo de 2023, foi a vez do Diet Cokeagne, uma invenção de Tom Hanks com Coca-Cola e Champagne. Na minha adolescência, Coca-Cola era sinônimo de água benta, e daí pra falar de Charlie Brown foi um pulo.
Falar de adolescência também foi a minha desculpa pra de novo falar do Pullovers, uma das minhas bandas independentes brasileiras favoritas. Um texto com tanta energia de atração que eles até voltaram recentemente, e vai ter mais música nova vindo aí, acredita?
O que faz uma newsletter sobre coquetéis quando seu autor não pode beber por razões médicas? Inventa um drink sem álcool e aprofunda nas doideiras e nóias do escritor, óbvio. Foi isso que eu fiz com um dos melhores discos deste século, Abaixo de Zero: Hello Hell, do Black Alien. Tive muito receio de publicar esse texto, mas até hoje é o texto mais popular da newsletter – e nada mais justo que encerrar essa retrospectiva com ele.
Sei que parece meio esquisito usar um texto tão recente num Greatest Hits, mas o que eu posso fazer se o povo clama? Espero que vocês tenham gostado – eu adorei. Nos vemos na quinta-feira? Quer um spoiler? A ema vai gemer.
Um abraço,
Bruno Capelas